Foto de Augusto Rodrigues 



 

Navegam no rio


Os homens procuram

as palavras perdidas

navegam na imensidão fluvial

numa prática errática 

inexperiente 

por ser a primeira 

e única aventura possível 

em tão limitado tempo. 

Remam o dia até à noite

e finalmente acolhem-se

à margem do rio onde nasceram

a mesma margem de onde partiram. 

Não sabem

que não haverá amanhã.



 

23 comentários:

  1. Homens do Tejo
    Não me parece que sejam avieiros
    Mas...
    parecem homens que nunca foram meninos
    e se foram criados nos Esteiros
    batem-se para que haja amanhã

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  2. Fugi da cama …
    Gosto da fotografia dos homens que não sabiam que não havia amanhã.

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  3. Adorei o poema. Beijinhos

    Tenha um ótimo dia

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  4. Vejo que a paixão pela fotografia já vem do Avô dos seus filhos, Luís. :)
    Uma recordação de tempos distantes.
    Belo o espólio fotográfico que agora lhe chegou às mãos. Adoro ver foto antigas.
    Gostei das palavras, porém, vou permitir-me discordar da última frase.

    Há, houve e haverá sempre, um amanhã!

    Até Pearl Buck escreveu o romance com o titulo «esperança»: "Há Sempre um Amanhã"
    Tivesse eu forma de lhe fazer chegar, por esta via, uma foto do livro, fotografá-lo-ia.

    Um abraço.

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    1. Sim, a inclinação pelas artes já vem do meu pai.
      Quanto a haver amanhã, não concordo, é ver as páginas da necrologia nos jornais.
      Eu procuro esse livro na net.
      Obrigado.
      Um abraço.

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    2. Para esses que aparecem nas páginas de necrologia dos jornais, não haverá, obviamente, mas falamos do amanhã enquanto há vida, ou não?

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    3. !ª nega que o Blogger me faz este ano...:(

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    4. Não neguei, apenas só agora me foi possível responder.
      Falamos do amanhã enquanto há vida, sim, desde que a esses dias de amanhã se lhes possa chamar "vida".

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    5. Há vida boa, boa-vida, vida má e má-vida... mas entre Vida e Morte creio que não existe nada de permeio, ou existe?

      PS- Tenho de tratar de eliminar os coockies e toda a trapalhada que se vai acumulando no meu histórico, a ver se retomo a minha conta. Nem todos os blogues por onde navego têm a alternativa URL....depois começam as reclamações que comento uns blogues e outros não... ��

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    6. Entre a vida e a morte, não existe nada.
      Eu não reclamo, agradeço.
      Abraço

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  5. Não me me referia a si. O Luís chama-se Blogger? Falo da impossibilidade de comentar com a minha conta. Neste momento não estou no PC, vamos ver como posso enviar isto.Janita

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    1. Recebido!
      Está bem, julgava que era comigo.
      Obrigado pela resposta.

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  6. Vida ingrata a de pescador que tem tendência a não ter futuro. Lembrei-me de Kings Lynn a primeira cidade para onde emigrou um amigo meu enfermeiro, em Inglaterra. Estava a 20km da costa e eles não pescavam, nem tinham frota de pesca. Tiveram não sei !
    Gostei da foto, em sépia !

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    1. Vida ingrata, arriscada, lembramo-nos pouco daqueles que nos trazem os alimentos.
      Um abraço.

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  7. Uma foto muito boa.
    Os pescadores tem uma vida dura e ingrata.
    O amanhã sempre existirá.
    Só não sabemos para quem...

    :)

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