Foto Google Maps





 

Da série "Poemas do futuro"


 

A possibilidade de um poema


Um sorriso que ficou no teu cigarro

a queimar-se no cinzeiro ___ a adormecer

uma sonata de Mozart aprisionada

no piano ___ a guardar as emoções 

o meu suspiro dentro de um copo 

de cerveja ___ um rasto de prazer

tudo abandonámos 


Aqui estamos ___ onde conseguimos chegar

fugitivos do caos da Europa

e da escravatura da Península 

por onde entram os do outro lado do mar

Estamos em guerra com a guerra

trocámos o cheiro da pólvora 

pelo cheiro das gentes num comboio nocturno 

Aqui estamos ___ onde conseguimos chegar

a um fotograma deste trágico filme


Fechado o portão do queixume

o sorriso

Mozart

um copo

e a possibilidade de um poema

antes dos destroços. 


 

Scandicci - Florença 2030




 

17 comentários:

  1. Sinceramente é triste demais e como dizem, o futuro a Deus pertence e nós simples peões deste xadrez não conseguimos adivinhar.
    Beijocas e um bom domingo

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Tendo como referência o passado e os indícios do presente, é possível fazer previsões. Não acredito que o futuro pertença a uma entidade cuja existência cada vez é menos provável, será a acção do homem que determinará o caminho da humanidade.
      Um abraço.

      Eliminar
  2. Todos temos a possibilidade de criar um poema, projectando-o no Futuro.
    Basta que nos remetamos às nossas melhores lembranças do Passado.
    A tudo o que mais gostámos.
    Às composições que nos aquietaram a alma.
    Com tudo isso, intervalamos com os temores do Presente,
    atiramos as palavras ao vento e onde elas forem parar,
    poderá estar a nossa sorte...ou o nosso azar!

    Um abraço e um bom Domingo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O seu comentário é importante, trata com compreensão o texto de hoje que, acho, tem algo de polémico por prever a catástrofe.
      Um abraço.

      Eliminar
    2. Se acredita na iminência dessa castástrofe, e que ela pode ser evitada, condene então quem, em nome de um poder ridículo, ameaça a vida de toda a Humanidade...e não me venha dizer que as outras grandes potência é que são culpadas em não ceder aos caprichos de um louco...

      Eliminar
    3. Não vou discutir esse assunto aqui, é vasta a discussão possível. Mas ainda assim lhe digo que o assunto que está implícito na sua mensagem, apenas fundamentada na emotividade, foi criada pelo ocidente, EUA à frente a usar um povo contra outro. Sou pela paz.

      Eliminar
    4. Se é pela paz não ande a atazanar a vida dos outros. Cada um é livre de ser e estar, no seu espaço, como bem entende.
      Estive no blog da UJM e é simplesmente constrangedor, como não soube parar a tempo e continuou com a mesma frase em várias publicações. Se for lá mais logo e o meu comentário tiver sido publicado, ficará a saber porque não voltarei a colocar aqui nenhum comentário...Falar da Rainha Isabel II é tão fútil como escrever poesia, por exemplo. Mas insistir?
      Quem diria?
      Passe bem, senhor moralista.

      Eliminar
    5. A ira e a emotividade cega plantadas sobre a negação ao esclarecimento, é má conselheira. É o que se passa no tal blog que refere.
      Passarei bem mas com outros parâmetros de moralidade.

      Eliminar
    6. Já li o seu comentário no tal blog fútil e ofensivo. E por ser ofensivo deixei o meu testemunho que, mesmo assim, nunca tomou a forma sequer parecida com a violência verbal rasteira da tal autora do blog, tanto mais que ela esconde comentários que não lhe interessam.
      Vou concluir num tom que não costumo usar. A dona Janita tem feito deste espaço um local de confronto com várias pessoas, eu tenho sido tolerante, mas agora tenho de lhe dizer que talvez deva assentar arraiais no tal blog desnivelado, a que reconheço o direito de defender as posições que entender mas não acicatando os que não pensam igual à autora. Aliás, basta verificar a carência de comentários às futilidades que publica, daí avançar para textos ofensivos que suscitam comentários.
      Por último digo-lhe que foi de muito mau gosto dar publicamente indicações da minha identidade.
      Saiba que vou ver como a bloquear neste blog.

      Eliminar
    7. Eu assento arraiais onde quero e não onde me mandam. Só para atestar da veracidade das suas afirmações; no início deste mês respondeu aos seus leitores sob um outro pseudónimo, porque o fazia do telemóvel, mas AQUI o BNN esteve sempre disponível para as tertúlias que tanto gosta. Bloquei-me à vontade, sim, é um favor.

      Eliminar
    8. Janita és uma desiquilibrada! Ainda Bem que te bloquearam...
      Blogs a mais na tua cabeça...
      Não digo cérebro, porque não o tinhas...

      Eliminar
  3. Eis-nos aqui, regressados a um passado que nos foi pesado, agora toda a Europa ocidental connosco, algures refugiada num mundo miraculosamente pacífico no qual a saudade - e só ela - pode ser cantada até que a guerra alastre e invada também esse derradeiro refúgio da paz.

    Por puro acaso, estou mesmo a ouvir Mozart e a fumar um cigarro...

    Forte abraço, L.!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A Europa ocidental poderá estar connosco mas, muitos de nós não estão com ela. Ouçamos Mozart e preparemo-nos para o devir.
      Um abraço.

      Eliminar
  4. O meu “deus desconhecido” está a adorar esta série “Poemas do Futuro”
    ELE riu quando leu “1984” de George Orwell e afinal …
    ELE quer que o POETA continue a poetizar reflexões sobre o FUTURO, que faz ver a sociedade de outra maneira.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Estimulante este seu comentário. Se a imaginação permitir, talvez continue.

      Eliminar
  5. Comentário de Elvira Carvalho recebido por mail :

    Possivelmente em 2030 já cá não estarei e por isso prefiro pensar que a humanidade vai acordar uma manhã, e mudar de rumo.
    No fundo eu sei que é ingenuidade , mas tal como escrevi em tempos

    Se ter fé na humanidade
    Se ter fé e esperança
    no futuro
    é ser louca.

    Bendita seja a minha loucura!

    Abraço, saúde e boa semana

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Só podemos confiar no homem para resolver os problemas que o homem criou. Como disse hoje no meu primeiro comentário, só o homem determinará o caminho da humanidade.
      Estaremos cá ainda em 2030 e comentaremos isso aqui... se nos lembrarmos.
      Um abraço cara Elvira.

      Eliminar