A minha autobiografia
Tenta-me a ideia de desenhar
a minha biografia
mas já estão impressas no suporte
crianças que choram
gritos que criam um vazio no estômago
móveis antigos decadentes
quartos que cheiram a bafio
fotos ___ muitas fotos castanhas
mas avanço e começo
por desenhar uma cara talvez
parecendo a minha
desenhar uma árvore a nespereira
da minha infância
desenhar um gato preto de coleira
vermelha com guizo
desenhar malmequeres
e campainhas roxas
desenho então um actor
como um desejo teatral
para morrer num dia
e voltar a nascer no outro
depois
pego numa borracha macia
e apago a minha vida toda.
Às vezes penso como seria bom pegar num lápis e desenhar isto ou aquilo
ResponderEliminare depois se não me agradasse pegar numa borracha e apagar tudo.
Assim a vida, no que ela tem de desagradável ou mau. E renascer a partir
daí.
Um abraço
Olinda
Na vida, o que está desenhado existe e não é possível apagar.
EliminarUm abraço.
acho que todos nós temos esse desejo.
ResponderEliminarcom uma simples borracha e apagar tudo.
gostei muito.
Pois, isso não é possível... a não ser na poesia.
EliminarObrigado.
Não me canso de olhar para a imagem que é um verdadeiro encanto.
ResponderEliminarComo não quero apagar nada, deixo a borracha e levo o lápis.
Pode levar tudo.
EliminarBoa tarde Caro Poeta/Pintor e Fotógrafo
ResponderEliminarSeria um trabalho excitante apagar tudo.
Mas não se pode apagar nem passado, presente e nem o futuro, que está ali ao virar da esquina, ou do dia.
Dia Feliz
:)
Essa é que é a verdade.
EliminarUm abraço.