IA
Um homem chega a casa e senta-se no sofásobre a almofada que ainda não está rotaa mulher vem da cozinhacomo se já trouxesse fogo no cabeloo homem sente uma estranha sensação de liberdadee dizfui despedidoa mulher não fala durante uns segundosdepois dizvem comer fiz sopa de ossoso homem levanta-se sem expressãoao longe as bombas desarrumam a urbebatem à porta ___ a mulher vai abrirdois militares de camuflado castanhotrazem algemado o filho do casal que levarãodepois de ele comprovar a sua identidadea mãe não encontra palavras e choracomo se já tivesse perdido o filhodentro de um camuflado castanhoo pai resiste e disfarça o medotudo como se a cidade já estivesse mortade repente a casa torna-seo espectro do mundo no clarão de uma bombano dia seguinte o povo lamenta o acontecimentoque vê no título do jornal da terraUm drone inimigo mata mais uma família feliz.
This is a deeply poignant portrayal of a family caught in the devastating aftermath of war. The contrast between the mundane, like the woman making bone soup, and the sudden, violent intrusion of soldiers, brings the harsh realities of conflict into sharp focus. The imagery of the house becoming a specter is haunting, highlighting how war erases the humanity from daily life. It's a tragic reminder of how easily lives can be upended, leaving only regret and sorrow.
ResponderEliminarI just shared a new post you are invited to read: https://www.melodyjacob.com/ Have a lovely Thursday.
Also important is the distortion of the event in the local newspaper, describing the family as being happy when the tragedy is at home.
EliminarThank you very much.
A hug.
Infelizmente, é que está a acontecer...luto, traição, conspiração.... não só na guerra, mas também no quotidiano...
ResponderEliminarE a imprensa aproveita-se disso para alimentar rumores....
Beijos e abraços
Marta
Preocupante a situação do mundo. O clima de violência passa para o quotidiano.
EliminarUm abraço.
A história repete-se e é a dura realidade de muitos nas malditas guerras!
ResponderEliminarBeijos e um bom dia!
O Anónimo sou eu Fatyly
ResponderEliminarEstamos numa fase da vida do mundo em que assistimos à medição de forças entre as potências, pela hegemonia. A economia na base dos confrontos, os povos sofrem e são mantidos na ignorância.
EliminarUm abraço.
Poema que retrata uma situação extremamente tensa e dolorosa, onde a vida quotidiana de uma família é abruptamente interrompida pela violência e pela guerra. A cena inicial, com o homem a ser despedido e a mulher a preparar a sopa, contrasta fortemente com a chegada dos militares e a perda iminente do filho. A descrição evoca uma sensação de desespero e impotência diante de uma realidade cruel, onde até mesmo o lar, que deveria ser um lugar de segurança, se transforma em um espaço de dor e luto. A menção ao jornal no final destaca a tragédia de forma ainda mais impressionante e mostra como a violência se torna uma parte normal da vida, enquanto as histórias pessoais são reduzidas a manchetes. É um POEMA poderoso sobre o custo humano da guerra, que não me deixou dormir tranquila.
ResponderEliminarEsta é uma forma de protesto contra a guerra e um apelo à paz. Os povos são os sacrificados.
EliminarA dor dessa cena é profunda e cortante, como se cada palavra fosse uma ferida aberta. O contraste entre o cotidiano simples da mulher preparando uma sopa de ossos e a brutalidade da guerra é quase insuportável. A imagem do homem dizendo "fui despedido" e a mulher, com toda a carga emocional de uma vida difícil, oferecendo comida, me toca de uma maneira única. A perda do filho, ali, em pleno cenário de guerra, é algo que transcende qualquer lógica, é pura emoção dilacerante. A construção da casa como um "espectro do mundo", um reflexo de um mundo destruído, é de uma força incrível. O final, com o título no jornal, me deixou com um nó na garganta. Uma poesia que não se esquece.
ResponderEliminarABRAÇOS
Saúdo este seu primeiro comentário. As suas palavras contentam o autor e são um estímulo à continuação deste labor poético.
EliminarMuito agradecido envio um abraço.