Foi
como se tivessem aberto as comportas do medo
como se tivessem retirado dos álbuns
as fotos da nossa infância,
e nos empurrassem
para aquele espaço vazio.
Foi
como se tivessem aberto as comportas do medo
como se o medo nos prendesse ao chão
no tempo dos pesadelos,
do sono da nossa infância
Mas
quando se abriam as comportas do medo
eu sabia que chegavas
pelo cheiro dos morangos
naquele cesto agora abandonado e coberto de pó
A liberdade de ser nosso aquele espaço vazio,
agora,
abre-nos as comportas do medo,
fecha-nos as mãos __ vazias
invade-nos um frio exacto.


2 comentários:

  1. Um belo trabalho poético, intenso sensivel e cheio de sentires.
    Levei-o por empréstimo.
    Espero que não se importe.
    Saudações poéticas.

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