Há um homem calado
que tem a noite no seu quarto
sendo de dia lá fora.
Não fala e tem um olhar distante
fixo num silêncio que persiste
palavra a palavra.
Essas palavras assustam na sua combinação
e não calam o silêncio.
O homem calado
que tem a noite no seu quarto
sendo de dia lá fora,
pega nelas e domina-as na sua imaginação.
Sem qualquer explicação
inscreve na primeira página da última noite sem dia
uma frase que lhe adormeceu na memória
“Temo que sejas toda a minha vida”.


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