Não te conheço assim, meu amigo. 
Ficámos ali, parados, numa tarde de verão
da nossa infância. 

Era como se fossemos os primeiros a inventar
a amizade, os risos, as danças, o tabaco
de tal modo que nos achavam irmãos 
e nós éramos irmãos até deixarmos de o ser. 

Não te conheço assim, meu amigo. 
O tempo triturou tudo o que era azul
até os nossos nomes, em cor nenhuma. 

Nunca mais tivemos tempo para nos recordarmos
para inventar risos e danças 
para fumarmos as nossas confidências. 
No reencontro, não te conheço assim, meu amigo.


4 comentários:

  1. O amigo é o pinóquio?
    .
    Tenha um dia de Paz e Bem
    Cumprimentos poéticos

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  2. Este é um excelente poema. E não é só porque eu gosto dele; é-o!

    Abraço!

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    1. Obrigado pela sua visita e pelo seu elogio, a que eu dou valor.

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