Foto Bartolomeu Rodrigues
Tenho para trocar um móvel vermelho do meu quarto e com ele as memórias do que viu.
Quantas velas arderam sobre ele em noites adocicadas? Quantas imagens ora pausadas, ora frenéticas correndo atrás do tempo?
E de tudo ficaram os segredos, arrumados. De um lado uma porta com os maiores momentos na tentativa do sonho. Do outro lado as gavetas com a recolha ordenada de alguns gestos e muitas palavras.
Troco pela melhor oferta o móvel vermelho do meu quarto. Está feito o anúncio, agora vou com o cão à rua.
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A memória é quando custa abdicar dela e passar a frenre
ResponderEliminarGostei
Sem dúvida. Obrigado.
EliminarBoa Noite.
De que me serve
ResponderEliminarum velho móvel, vermelho,
azul ou verde,
cheio de lembranças
alheias?
Quero um móvel novo.
Quero encher gavetas
com novos sonhos
palavras inéditas
minhas, nossas,
quero algo doce
não adocicado.
Leve o cão à rua
quando regressar
rasgue o anúncio
feche essa gaveta
compre um novo móvel
e faça nova oferta...
Gostei da média-luz em tons lilás, a minha cor preferida, juntamente com o azul-turquesa.
Boa noite!!
Um poema comentário, forma interessante de expressar o pensamento.
EliminarMuito Obrigado pela sua visita.
Vou ao lance
ResponderEliminarVermelho é cor
que me convence
Móvel por armário
Vou nessa
O meu armário
não tem esqueletos dentro
Verdade se diga
o armário
nunca teve uso
não tem portas
nem gavetas
nem prateleiras
O sonho não carece
de organização de espaço
para ser arrumado
Mas atenção
a troca não pressupõe
a permuta de sonhos
Respondido ao anúncio
saio com a cadela à rua
talvez acasale
com o cão que por ela passe ...
Muito engraçado o seu poema-comentário. Gostei bastante e agradeço a vinda aqui.
EliminarUma noite descansada.
Gostei muito deste seu poema e da fotografia de Bartolomeu Rodrigues, mas não vou a lance. Tenho a casa cheia de "gavetas dos acasos" e já nem força tenho para as abrir.
ResponderEliminarAlém do mais, que teria eu para dar-lhe em troca senão a minha velha gata e os meus sonetos? Dela e deles, nunca me separarei.
Fico em casa com a gata e deixo-lhe um abraço, L.
Obrigado pelo comentário tão engraçado que me enviou pela manhã. Vou continuar com o meu móvel/arquivo de memórias até um dia alguém o levar para destino incerto.
EliminarObrigado por ter vindo.
Um abraço.
Havia um móvel (vermelho, dizem). E um cão (coitado, ficou vago, sem cor. Era apenas um cão).
ResponderEliminarE que mais?
Não sei, quem escreveu a mensagem pouco mais disse, a não ser dar a entender que estava de abalada. Por demais pausada.
(Pelos vistos, Nuvens, o seu post teve o mérito de suscitar díspares reacções, e isso é muito bom)
Abraço
Obrigado pelo seu comentário bem disposto que aprecio.
EliminarObrigado pela sua visita.
Abraço
Trocar memórias?
ResponderEliminarSó uma pessoa com sorte é que o consegue fazer.
É preciso haver um emissor e um receptor e depois trocarem de papéis. É preciso haver muita coincidência, a que eu chamei "sorte".
ResponderEliminar:)
Estou muito de acordo com o que disse nos seus dois comentários.
EliminarAgradeço a sua vinda.
Boa Noite.
Um poema onde a venda que se efectua é apenas um querer cortar com o passado.
ResponderEliminarAcho bem, quando o passado magoa mais que enternece, melhor, fechar e acabar.
O presente é para viver.
O amanhã é logo ali adiante.
E o passado já esta muito distante.
A foto em completa sintonia.
beijinhos caro Poeta/Pintor
:)
Gostei da sua reflexão sobre o que deixei escrito. Concordo que essa é a melhor forma de conviver com o que passou.
EliminarMuito Obrigado.