Eu, tocador de nada
Eu e o meu saxofone,
sofríveis tocadores de sonhos
naquele bar há tantos anos.
Guardamos um acervo de olhares
aprisionados pelos acordes lentos, longos
suportados pela emoção___
___ as vibrações aventuram-se
na luz ténue e grave
enquanto as mãos dos amantes
constroem um tricô sem palavras
que, mais tarde, edificará os dois corpos.
Esgotadas as notas ___ como um lamento
entro nas madrugadas antigas
passo a passo no chão molhado
no regresso a casa
à luz macilenta e grave da minha cama
com o som do sax ainda em mim
que me apoquenta
e acorda a saudade de momentos
de exaltação do corpo.
Estendo a mão
para o espaço de culpa ao meu lado
apago a luz e o som do sax
e sonho com nada___
___ antes que seja dia.
Ambiente soturno e poético, bem descrito
ResponderEliminarGostei
Obrigado pela visita tão imediata.
EliminarAcontece-me o mesmo
ResponderEliminarmas ao som do silêncio
sem qualquer instrumento...
dói
O YouTube não quis colaborar, é uma pena.
Eliminar
EliminarO YouTube ontem trocou-nos as voltas mas hoje já funciona tudo como o normal.
Recordo-me de que quando estreou o programa «O Eixo do Mal», durante as primeiras semanas choveram na Sic telefonemas a perguntar de quem era a música do genérico. Isto ocorreu há 16 anos atrás. Hoje bastava ir ao "Shazam" fazer o reconhecimento da música! 😊
Gostei do tríptico!
Se for essa a vertente das próximas publicações, vou passar a sair daqui bastante mais consolada.
(^^)
Lembro-me de andar também atrás dessa música.
EliminarObrigado pela sua apreciação sempre tão positiva.
Adorei o som!
ResponderEliminarSoou-me tão, mas tão, familiar ao ouvido das minhas memórias...
Obrigada pela escolha.
Não toco saxofone
mas guardo acervos de olhares...
Não entro por madrugadas antigas.
Estas que vou vivendo agora
expulsam-me do coração de mágoas
com sons de alegres cantigas...
Também gostei muito da aguarela, sim.
Tenha um Bom Dia, Poeta!
Fico agradado com o seu comentário benevolente.
EliminarAgradeço muito.
Até logo
De verdes e de azuis vestiu a aguarela "de hoje", condizendo com o poema e som o saxofone.
ResponderEliminarAbraço, L.
Muito obrigado pela visita com que já conto.
EliminarAté logo
Interiorização, reflexão, silêncios entre gritos de nada. Gostei muito.
ResponderEliminar.
Um dia feliz
Abraço
Obrigado pela visita e pelo comentário.
EliminarUm abraço também.
A aguarela de hoje de verdes e de azuis é leve e harmoniosa como o som do vídeo, que afinal funciona.
ResponderEliminarOuço o saxofone na exaltação do meu corpo.
A poesia, a imagem e a música, por momentos, a tomar conta dos sentidos.
EliminarA aguarela é bonita. tem o ver que eu traduzo de esperança e junto com as outras cores cria uma atmosferda de leveza que nos cai bem ao olhar.
ResponderEliminarO poema é profundo e verdadeiro.
Há pessoas falo por mim, que adoram a sua profissão, mas aquilo que no principio era um desaio e prazer, depois de algum tempo é fastio e quase ódio.Embora eu gosto daquilo que faço.
A umagem do poema é uma paixao que se torna depois num hábio, e depois já quase um castigo só de ouvir.
Um poema muito forte, mas muito lúcido.
É como eu o senti...
:)
O seu comentário é completo e analisa bem o texto.
EliminarMuito Obrigado