Que voz, que tempo?
Que voz é essa que faz tempo
desce pelas montanhas
e desassossega os nossos rebanhos?
Nem os cães ladram
têm o maxilar no chão
e ganem à vista dos vultos.
Fechem os currais, os celeiros
e as portas das vossas casas.
Duvidem desse chão de xisto
e vigiem as sombras
que circundam o vosso poço.
O tempo está corrompido
eu, por mim, dissolvo-me antes
que seja outro dia sem resposta.
A mesma voz que nos acompanha desde que não havia verbo, nem ser, nem tempo.
ResponderEliminarA voz da perseverança
Talvez seja, ainda não tive resposta. Obrigado.
EliminarNo poema quase místico ouço a voz de um „deus desconhecido“ a empurrar-me para o sacrifício.
ResponderEliminarÉ uma leitura respeitável que ajuda o próprio autor a ter uma interpretação sobre o que escreveu.
EliminarBom dia!
ResponderEliminarDez anos o separam do desenho que hoje nos apresenta, penso eu.
Suponho que durante todo este tempo algo tenha mudado na vida do autor, ainda que continue a sentir-se empurrado para um outro sacrifício.
Avaliando na actualidade, a precariedade sanitária da vida colectiva, creio bem que todos nos sentimos empurrados para situações de sacrifício.
As vozes? Ah! Essas, não têm tempo nem época. Se ontem se calaram umas, logo outras hoje se levantam.
Há que fazer ouvir a nossa voz. Em força, em uníssono...
Boa análise do texto e perspicácia no exame da imagem. Cantamos juntos, cada um consigo próprio. A história falará desta época e os nossos descendentes a nós se referirão quando falarem do passado.
EliminarObrigado.
Hay muchas preguntas que no tienen respuestas.
ResponderEliminarSí, muchas cosas están en nuestra imaginación.
EliminarNeste dias sem resposta, dissolvermo-nos pode ser a solução...não tinha ainda pensado nisso.
ResponderEliminarUm abraço
Foi só uma ideia.
EliminarUm abraço.
Sou pedra
ResponderEliminarsem desgosto
desgasto-me
não me dissolvo
nem se me dissolve
a esperança
os cães nem ladram
à caravana que passa!
Comentário /poema. Gosto.
Eliminaros relógios andam todos avariados
ResponderEliminare os tempos também...
©Piedade Araújo Sol
É verdade, estamos um pouco Sem norte.
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