Foto do autor do texto



Mil moedas

Já juntei mil moedas e mil notas

sou um milionário da pandemia. 

Gritos, 

dores, 

lamentos, 

sinos a rebate, 

guerra sem sangue. 

Olhai como me tornei 

um milionário da pandemia

a fazer poemas 

menos de Deus 

e mais do Diabo 

porque a morte é apenas 

uma colher de sopa entornada.





 

28 comentários:

  1. A sua POESIA não puxa a sentimentos baratos.
    Encara de cabeça fria a pandemia.
    Daí eu estar tão viciada nestas visitas nocturnas.
    Embora a morte seja mais do que uma colher de sopa entornada, gostei da ideia.

    A fotografia é linda e verdejante e abre uma esperança no nosso caminho...

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    1. Inaugurou os comentários de hoje e com uma apreciação que me deixa compensado e estimulado para continuar. Viva o dia de hoje e viva o dia de amanhã.

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  2. A fotografia é um caminho plano numa paisagem verdejante muito bela.
    Depois da curva, mais além, o desconhecido pode trazer-nos algumas surpresas.
    Espero e desejo que sejam boas.
    A iroria do texto, é mais uma forma de sorrir para não chorar. Penso eu.
    Talvez que numa segunda leitura possa alterar a minha opinião.
    Gostei de tudo e dou nota positiva ao postal de hoje. :)

    Boa Noite!

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    1. A nota positiva alegra o autor. Ninguém sabe o que está depois da curva do caminho, lá chegaremos.
      Boa Noite também para si. Saúde.

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    2. Passei para o informar que após uma segunda leitura do seu texto, mantenho a minha opinião positiva ainda mais alargada e convicta. :)

      Bom resto deste Dia 1º de Fevereiro.

      Mês dos gatos, dizem. 🐱

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    3. Obrigado pela confirmação, sempre é um reforço que anima o autor.
      Pensei que o mês dos gatos era Janeiro mas como está tudo a mudar, acredito.

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  3. Atento ao que se passa
    Integras-te na passada
    E sim
    És milionário
    Eu?
    Sinto-me
    o caldo
    da colher de sopa
    que terás entornado

    Morri
    para ti?

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    1. Não morreste, estás aí bem vivinho e a dar conta disso. E dou-te um abraço.

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  4. A pandemia é a vida a pedir nos que mudemos para que, se calhar, tudo não fique como antes

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    1. Nada ficará como dantes, isso já é uma certeza. Para uns já está pior para outros melhorou muito.

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  5. Gosto muito da foto. Ela fala de vida, de um caminho pela frente que apesar da curva poder esconder algo menos bom, as árvores verdejantes para lá dela, dão-nos a esperança de ela não esconda o fim do caminho, mas que para lá dela, haja apenas um belo caminho apontando noutra direção. E podemos até imaginar que encontraremos para além dela um caminho de redenção da humanidade. Porque não? A imaginação é livre e gratuita, cada qual usa-a ou não como quer.
    O poema fala do mundo real, da dor e sofrimento que enfrentamos todos os dias. Da morte. É um olhar atento sobre a atualidade feito poesia.
    realista até mais não. A imaginação, o sonho, a esperança, ficaram lá em cima na foto. Para nos dar forças para enfrentar a realidade.
    Abraço, saúde, boa semana e um bom mês de Fevereiro

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    1. Muito completo e profundo o seu comentário. Analisa com pormenor o texto e a imagem. Agradeço a atenção que dedicou à publicação de hoje.
      Bom Dia, Boa semana. Saúde.

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  6. Apesar de o poema nos remeter para a dura realidade que nos cerca, oferece-nos uma fotografia que nos incita a ter esperança numa vida normal. É preciso que não percamos essa esperança, nem a coragem, nem a paciência. Gostei do seu poema.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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    1. Muito obrigado por ter vindo e pelo seu amável comentário. É reconfortante ter comentários positivos logo pela manhã.
      Um abraço

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  7. É bem verdade que muitos milionários estão a engordar as suas fortunas à custa da pandemia e das muitas colheres de sopa que vão entornando, L.

    Se de Deus, se do Diabo, não sei, mas juraria que a sua fortuna é composta por textos poéticos, aguarelas e fotografias...

    Forte abraço!

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    1. Pois é, a fortuna em moedas e notas... é só poesia.
      Muito Obrigado pela sua visita matinal e compreensiva.
      Um abraço e saúde.

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  8. A Pandemia está a fazer milionários sim. Quem fabrica as vacinas e ... as agências funerárias
    Gostei muito da foto e do poema ( muito assertivo a pedir reflexão)

    Cumprimentos

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  9. Hasta de la desfracia ajena, aprovechan algunos para hacer fortuna.

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    1. Es cierto, siempre hay quien se beneficia de la desgracia y ahora con la vacunación siempre hay quien no cumple con la ley.
      Un abrazo

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  10. Boa noite Luís. Texto muito atual, nos mostra o dia que vivemos.

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  11. A foto é deslumbrante, leva-nos até ao infinito...
    Acho que nesta lotaria da pandemia, somos todos milionários.

    Um abraço

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    1. Esperemos que o prémio desta lotaria seja continuarmos vivos.
      Um abraço.

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  12. Também eu sou uma milionária da pandemia, estou VIVA, estão vivos todos os que amo.
    Tenho uns irritantes cabelos brancos a crescer, mas mais moedas na carteira.
    A imagem é magnífica. Que na curva do caminho encontre tudo o que procura.
    Beijo, fique bem, nada de «sopa entornada».

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    1. Ainda bem que tudo está bem consigo e com os seus. Os cabelos brancos são a naturalidade da vida.
      Obrigado, um abraço.

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  13. Acho que embora o poema nos remeta para uma situação muito dolorosa que é apandemia.
    Também, e peaminha parte estou milionária, pois estou viva que é o melhor que podemos desejar.
    beijinhos
    :)

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    1. Estamos vivos, isso ainda é uma riqueza neste momento.
      Obrigado.
      Um abraço.

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