Foto do autor do texto
Reguem-me
Sou uma planta delicada
incerta
sem regas amiúde
sem cuidados.
Deixo crescer as minhas raízes
que se afundam
confusas
sempre em terras desconhecidas.
Abro-me para a vertigem do sol
mas não posso dar um passo.
A confusão é que todos os lugares
mudam de tal modo
que deixam de existir e
de tudo fica um deserto.
Na verdade o que eu gostava
era de viver num vaso
para cantar à janela.
Essas bonitas flores da familia os «chorões», costumam nascer nas dunas e gostam de solo arenoso.
ResponderEliminarNo entanto, não custa fazer-lhes a vontade e passar um pouco para uma floreira e deixar que cantem à janela.
Ficam elas felizes e alegram quem passa...
Toda a sua publicação está um mimo. Adorável de simplicidade.
Tenho um sorriso agradado de orelha a orelha.
Deixo um abraço e um sorriso.
Boa noite.
Primeiro comentário nesta noite. Essas flores são minhas e estão de facto numa floreira, adiantaram-se à Primavera.
EliminarÉ um agrado ter-lhe provocado um sorriso de aprovação.
Boa Noite
Um abraço.
Reli o texto e tomei consciência de que o autor fala por ele e não põe a flor a falar como percebi.
EliminarFico igualmente agrada e não perco o sorriso... :-)
Primaveril o poema e a fotografia — cantando a Primavera que se aproxima...
ResponderEliminarQue as raízes confusas não se queimem no sol vertiginoso — então não víamos o poeta como vaso 🪴 a cantar à janela!!
Mas se não regarem o poeta ele murcha.
EliminarSomos uma flor, muitas flores, na nossa essencia
ResponderEliminarPrecisamos de atenção
Se não nos colherem acabamos num vaso.
EliminarExcelente poema, este seu REGUEM-ME, L., e lindíssima a fotografia da sua floreira.
ResponderEliminarDeixo um abraço e ofereço-lhe este soneto que me parece, de alguma forma, enquadrar-se muito bem nesta sua publicação;
A FLOR E A ARMA
*
Dei-vos a flor das armas que não tinha
- ou tinha e quereria nunca usar... -
E a dupla imensidão desta alma minha
Num corpo que a mal sabe resguardar,
*
Entreguei-vos a espada, sem bainha,
Na baioneta, pronta a disparar,
E ninguém reparou que ela, sozinha,
Se transformava em flor pr`a vos cantar
*
Por isso já não sei se arma, ou se flor,
Mas seja ela aquilo que ela for,
Ninguém pode negar-lhe a dupla vida
*
E, ao entregá-la com tão grande amor,
Com ela disparei, sem mágoa ou dor,
Um verso em flor por pétala caída...
*
Maria João Brito de Sousa – 17.07.2011 – 16.29h
Muito bonito. Um poema que talentosamente fala da flor como uma arma na sua entrega em nome da beleza e do amor. Agradeço tamanha atenção e deixo-lhe um abraço de reconhecimento.
Eliminar
ResponderEliminarFoto lindíssima. Igual à beleza da natureza só existe algo que a própria natureza criou: A Mulher.
O poema é muito atual e "anuncia" a Primavera.
.
Feliz fim-de-semana.
Cuide-se
.
A Primavera a chegar. Obrigado.
EliminarCumprimentos
As flores estão sempre presas, quer seja numa floreira ou num vaso á janela. Mas se eu tivesse que escolher, preferia ser a primeira, sempre me abria para a vertigem do sol e as minhas raízes podiam crescer livremente.
ResponderEliminarUm abraço!
Talvez tenha razão, vou deixar de ambicionar viver dentro de um vaso.
EliminarGostei do seu comentário.
Um abraço.
A flor que se preza, vive dentro de um jardim 🌼
ResponderEliminarMas as flores modestas também têm direito à vida, viver num vaso não é desprestígio nenhum.
EliminarDigamos que este espaço é uma janela, aberta aos olhos do leitor. E que nesta janela sempre há belas flores, em poesia, aguarelas ou fotos como hoje. Então se não é a flor à janela, é pelo menos o dedicado jardineiro.
ResponderEliminarAbraço, saúde e bom domingo
Achei muita graça ao seu comentário. O jardineiro agradece as palavras tão gentis.
EliminarUm abraço
Caro Poeta
ResponderEliminarAs flores também fazem poesia.
E sim acho que ficava bem num vaso junto â janela.
Talvez o canto fosse mais melodico.
Gostei da Foto.
Beijinhos
:)
Nunca sabemos se acabamos dentro de um vaso.
EliminarObrigado pela vinda.
Um abraço.