Lugar de exílio


Esta é a minha casa 

a que contém pelos cantos 

a minha história. 

A minha casa é a paisagem 

o meu lugar de exílio 

é outro país. 

A minha casa enorme é 

não só claridade 

mas luz 

está nela o mar 

e o medo. 

A minha casa é o lugar 

de meditação 

e a vontade que tenho 

de me perdoar 

é maior do que a que tenho 

de me castigar. 

Na minha casa voo distraído 

e bato com estrondo na parede 

e morro 

todos os dias.




27 comentários:

  1. O exílio da alma dói mais que o exílio do corpo
    Gostei

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  2. Um dos seus mais belos textos poéticos, na minha opinião, L.


    E é lindíssima, a pequenina representação da sua enorme casa.

    Também a minha casa há muito deixou de ter porta; agora tem apenas um postigo por onde entram os bens essenciais e saem poemas, muitos poemas.

    Forte abraço!

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    1. Agradável comentário logo pela manhã, estimulante.
      Aqui também estamos à janela.
      Um abraço

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  3. Bom dia!

    Gostei muito da história que os cantos da sua casa contam.
    Gostei que ela seja a sua paisagem, tudo o que o rodeia.
    Gostei que nela encerre a luz, os medos, o mar e as marés.
    Gostei que ela seja o seu recolhimento, a vontade de perdão.
    Gostei, por muito que me/lhe custe, esse voo distraído, (tão característico em si)
    que o faz bater na parede.
    Até gostei, veja só, dessa morte diária que faz de si o Deus no qual não acredita,
    porque, morrendo, sempre ressuscita.

    Só não gostei, isso não, que essa aguarela, tão bonita, tenha sido a mesma, já anteriormente oferecida... :)

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    1. Gostei muito do seu comentário que, afinal, é também um poema. Fico sensibilizado com algumas das suas palavras.
      Quanto à aguarela, pertence a alguém sim, não foi mais do que uma prática que tenho seguido e também consigo, todos têm direito.

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    2. Ah...essa dificuldade que o Luís tem em entender as minhas palavras e lhes dá, SEMPRE, um sentido que eu NÃO lhes coloquei.

      Acaso eu neguei direitos a quem quer que seja?

      Nego é o direito a usar-se o que já se deu.
      O que damos não mais nos pertence.

      ENTENDEU, agora?

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    3. Lamento ter de a contrariar.
      Um autor não perde a autoria do seu trabalho por o ter vendido ou doado. Imagine só (este nome como exemplo) a Paula Rego não poder exibir um trabalho seu numa publicação por já o ter vendido ou doado. Quando muito será correcto dar conhecimento ao proprietário de que vai exibir o dito trabalho, coisa que tive o cuidado de fazer.
      Lamento mas não ENTENDI agora.
      Calma, nem tudo pode ser motivo de desacerto entre as pessoas.

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    4. Lamenta, é? Entendeu e muito bem. Mas, se alguma vez publicar aqui, as aguarelas que me ofereceu ou vendeu, eu não deixo que o faça sem referir a quem pertecem, viu?
      Não, senhor, nem tudo é desacerto entre as pessoas, por isso há normas de conduta, certo?

      E VIVA A SAÚDE!!

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    5. "Nego é o direito a usar-se o que já se deu.
      O que damos não mais nos pertence."
      Esta é a sua frase. Vejo que a sua réplica já se adaptou à realidade.

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    6. Claro! Isso só vem comprovar que sou uma mulher realista...

      Mas o Luís não pense que lhe concedo a razão.

      Fez alguma referência ao publicar esta aguarela, como o faria a Paula Rego?

      " Quando muito será correcto dar conhecimento ao proprietário de que vai exibir o dito trabalho, coisa que tive o cuidado de fazer."

      Pois, mas eu não soube que o fez! Deveria tê-lo mencionadao.

      E agora, diga o Luís o que disser já cá não venho.
      Comentar usando URL é uma trabalheira que este tema não merece.

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  4. A dona da aguarela ficou feliz e orgulhosa em vê-la aqui acompanhada por um dos mais maravilhosos poemas.

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    1. ...já sabia que virias, e ainda bem que não me enganei.
      E, obviamente, mantenho o que disse.

      Um abraço aos dois amigos que prezo e respeito, porém, não permito que distorçam o sentido das minhas palavras.
      Nem aqui nem em lado algum.

      Só isso!

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    2. Uma saudação à Teresa e à Janita.
      Termino dizendo ABAIXO O COVID 19! VIVA A SAÚDE!

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  5. Caro Poeta
    a aguarela é doce é linda é azul (adoro).
    o poema é a casa do poema
    a casa é apenas uma metafora
    dos dias, das dores e das vitórias
    o perdão existe e é bom
    basta pedir, ou não, pois estamos todos perdoados
    desejo-lhe saúde e paz
    beijinhos
    :)

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  6. Maravilhoso comentário com interpretação com a qual concordo. É animador que os leitores se sensibilizem.
    Um abraço.

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  7. En tu casa te sientes dueño y señor y es donde estás más cómodo.

    Besos

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  8. Que linda a sua casa, sem porta, mas com cor e luz, até a lua sorri.
    As nossas casas são agora, lugares de exílio, onde todos os dias morremos um bocadinho. Mas, enquanto a vontade de nos perdoarmos foi maior que a outra vontade, há esperança de um voo livre.

    Um abraço!

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    1. Bom jogo com as palavras do texto, gostei muito. Estimo muito as suas visitas.
      Um abraço.

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  9. Um poema que me agradou imenso.
    A minha casa é sempre o ponto de encontro comigo mesma.
    Abraço e saúde

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  10. Muito bonitos.
    A aguarela e o poema.
    Bfds

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  11. Luis, adorei a aguarela e o poema!
    Um dia destes, voltarei para o reler... e não só.
    Beijo, bom domingo.
    (Luis, é sua a pétala mais visualizada de Janeiro 2021. Está lá, no canto superior esquerdo do Pétalas. Eu gostei muito!)

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    1. Volte sempre, gosto muito dos seus comentários. Vou agora ver o seu blog.
      Bom domingo e um abraço.

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