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A brincar, a envelhecer


Escusas de anunciar entre dentes 

a minha real velhice 

já nada pode parar 

a tua própria velhice 

não fales assim da minha 

com os dentes que não tens. 

Olhas-me assim azedada 

por me veres magro, descabelado 

cuida tu do penteado 

não copies o modelo. 

Brinca comigo a Quixote 

e faz tu de Sancho Pança 


Olha que felicidade 

como os nossos corpos se ajustam.




24 comentários:

  1. Envelhecer sabe a refeição mal apreciada

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  2. „Brincando pode-se dizer de tudo, até mesmo a verdade“
    Sigmund Freud

    É a minha interpretação do poema desta noite.

    Os cactos em flor são um verdadeiro encanto.

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    1. Essa frase aplica-se aqui muito bem. Já transmiti à proprietária a apreciação das flores.

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  3. D. Quixote e Sancho Pança... aqui está uma temática que, de forma bem mais transversal, já utilizei várias vezes nos meus sonetos. Já lá vão uns aninhos, não sei quantos, ao certo...

    Brincar com as nossas próprias mazelas é um dos poucos privilégios dos velhos, dos doentes e, sobretudo, dos doentes velhos.
    Gosto imenso dos cactos, ainda que não estejam em flor e tenho um belíssimo exemplar desses em minha casa

    Forte abraço, L.

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    1. Brincamos com o que vai sendo possível, para espantar aquilo que não tem graça nenhuma.
      Cactos, temos aqui vários num espaço que lhes está reservado.
      Um abraço, saúde.

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  4. Bonito texto e cactos bonitos... com a velhice ninguém se fica a rir :) !

    Uma Páscoa plena com os devidos cuidados, junto dos Seus !!!

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    1. Achei piada ao seu comentário. Ninguém se fica a rir, verdade.
      Boa Páscoa, saúde e um abraço.

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  5. Os cactos vivem toda uma vida bem espinhosa! Será essa uma analogia que quer fazer com a velhice!?
    Nunca sabemos o que lhe vai na alma quando escreve, sabemos da nossa (e mal) quando tentamos dar uma interpretação às suas palavras.
    Gostei dos trocadilhos e do encadear das palavras, assim mesmo, em jeito de brincadeira e que revela o seu sentido de humor.

    Uma Páscoa feliz e sem espinhos!
    (^^)

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    1. Apanhou bem a ideia dos cactos, flores às vezes mas com espinhos em volta. O que escrevo é com o desejo de tocar em algo sensível de cada um, assim será com a interpretação que for feita.
      Obrigado, Boa Páscoa, um abraço.

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  6. Todos tenemos que envejecer, a no ser que antes se nos termine el camino.

    Que tengas una feliz Pascua de Semana Santa, a pesar de todo lo malo que nos rodea.

    Besos

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    1. Siempre estamos buscando la continuación del camino, caminaremos cada vez más inclinados sobre nosotros pero con la esperanza de no llegar nunca al destino. Buenas Pascuas, salud, un abrazo.

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  7. Há muitos anoa atrás tive um cacto na varanda, Um dia enquanto arrancava uma erva daninha que se tinha instalado no vaso do chá príncipe, piquei a cabeça num dos seus picos e durante meses tive dores no sítio da picada e a cabeça inchada. Quando melhorei peguei no vaso com o maior cuidado e fui deixá-lo num descampado. Agora não tenho problemas com os vasos nem com a idade. Com as rugas, ou os cabelos brancos. Tenho problemas com os olhos. E com o pensar que já não me resta tempo suficiente para aquilo que ainda gostava de fazer.
    Abraço e saúde

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    1. Depreendo que esse cacto abandonado vagueia agora, enorme, não se sabe onde, ainda um dia lhe vai aparecer à sua porta (aproveitei para fazer uma brincadeira). Ainda vamos ter tempo para muita coisa, só que nós, insatisfeitos, estamos sempre a ter desejos novos, será?
      Saúde, e vamos continuando por aqui, um abraço.

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  8. Boa tarde Luís. A foto do cactos é maravilhoso. Acho uma planta surpreendente e que vive em meio às adversidades. A velhice é um processo que passamos e nos trás maturidade. Boa Páscoa meu amigo.

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    1. Estou de acordo consigo, temos de envelhecer o melhor possível.
      Saúde, um abraço.

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  9. Eis uma figura que nunca encarnaria
    Há muito que deixei de lutar contra moinhos de vento

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  10. A beleza tem os seus espinhos, e os espinhos a sua beleza.

    A foto, bela e apropriada ao espinhos do poema :)

    Um abraço

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    1. Vai-se a beleza e se não houver cuidado, ficam os espinhos.
      Um abraço.

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  11. Caro Poeta

    a foto está muito bonita, e até que faz um bom suporte ao poema.
    a velhice traz espinhos e mazelas, mas, até que é bom envelhecer junto de quem se ama.
    nem sempre é assim, mas que saibamos envelhecer com classe.
    beijo
    :)

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    1. Estou de acordo mas, nem sempre temos alguém com quem envelhecer.
      Um abraço.

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