Foto de Ana Luís Rodrigues



Nada ficou diferente


Havia um aroma 

dos bolos da infância 

no teu corpo adormecido. 

Havia uma poesia 

em cada bocejo teu. 

Havia um cântico 

na tua voz rouca 

ao acordar. 

Havia um diálogo 

sem palavras 

falavam os nossos corpos. 


Folheio o meu diário remoto

nunca escrito

e cabisbaixo 

abandono a vida em passo vagaroso 

olhando para trás 

de vez em quando 

para ver se algo

ficou diferente.




14 comentários:

  1. Bolos de infância são sempre os mais deliciosos

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  2. O amor é a poesia
    Que a alma cria pois sente
    Que há uma luz fulgente
    NO sentimento, por via
    Desse amor como a magia
    Que indelevelmente
    Marca coração e mente
    Com a mesma luz que alumia
    Esse amor que é poesia
    Que nasce espontaneamente.

    Abraço cordial. Laerte.

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    1. Muito obrigado pelo seu poema que veio enriquecer este espaço.
      Um abraço também para si.

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  3. Bom dia!

    Muitas vezes, só depois de olharmos bem é que conseguimos ver se algo mudou.
    É preciso que nos afastemos o suficiente, até se alcançar a distância ideal que nos permita ver.
    Oa aromas de infância, esses, permanecem.

    Um abraço.

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    1. Concordo. No que respeita às artes visuais e na contemplação de obras de grande dimensão, o afastamento é a forma de apreender a imagem na totalidade embora o pormenor possa ser plasticamente interessante.
      Quanto aos acontecimentos, também aí o afastamento no tempo permite uma melhor análise do sucedido.
      Muito Obrigado
      Um abraço.

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  4. Nunca deixe de olhar para trás, POETA, mesmo que tudo agora seja diferente.
    A POESIA prevalece no ONTEM, no HOJE, no FUTURO.

    A fotografia lembra-me uma outra fotografia, onde tenho os dois pés numa rua de Viena.

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    1. Seguirei o seu conselho, o que me motiva e justifica a minha presença aqui é poder apresentar os meus escritos.
      Se os nossos pés falassem!

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  5. A foto, um passo para o futuro .

    Só os odores do passado, não se alteram com o tempo.


    Um abraço !

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    1. É verdade, registamos os odores, são referências na nossa memória.
      Obrigado. Um abraço.

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  6. RÉPLICA

    Folheio frequentemente o meu diário virtual
    faço-o sempre que lhe dou acrescento
    e peito ao alto
    retomo a vida em passo lesto
    olhando para trás
    de vez em quando
    para confirmar que algo
    ficou diferente.

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  7. Há sempre coisas que ficam, e não nos apercebemos.
    É preciso olhar os detalhes.
    beijinho
    :)

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