Em Paris foi assim
Tenho uma história que conto e reconto
a mim próprio
uma história concluída numa esplanada de Paris.
Caí desamparado na falta de sonho e de lágrimas
na rudeza das palavras sem um cântico possível
que tornou a fantasia submissa à miséria
da luz mortiça do fim do dia cansado.
Há os que mandam vir outro café
e iniciam gloriosos outra história.
Eu, regresso a casa e penso
Elis, há sempre um lamento na tua voz.
Não sou grande admiradora da música brasileira, mas de ELIS REGINA gosto como cantora e como MULHER.
ResponderEliminarFicção ou não — a cena decorre na minha imaginação — como um filme sobre um „português em Paris“.
A aguarela com a casa como zona de conforto — embora ameaçada pela nuvem cinzenta.
O Luís sabe muitíssimo bem que eu não gosto de mastigar elogios — mas não resisto de lhe dizer de que gostei de tudo.
É um prémio para mim receber esse seu comentário satisfatório. Gostei das referências e da interpretação da imagem.
EliminarUma historia com estórias dentro
ResponderEliminarGostei
Histórias antigas noutras paragens.
EliminarA Elis tinha várias estórias.
ResponderEliminarUm poema denso mas em forma de homenagem à cantora.
Bom domingo Caro Poeta!
:)
Dias ou noites em que a memória acorda.
EliminarObrigado, um abraço.
Vejo, na aguarela, a janela de uma sala profusamente iluminada, aberta para uma rua triste.
ResponderEliminarComo nunca vivi em Paris, imagino o meu Alentejo de paredes brancas e ruas com laranjeiras de ambos os lados, numa noite de nuvens negras a ameaçar tormenta.
Gostei da face real das palavras, mescladas com laivos de ilusão poética para dar cor ao poema.
Quem não tem histórias que conta e reconta a si próprio num exercício exorcizante do passado?
Esta sua fez-me lembrar uma minha, em que não chorei, fiz chorar, pela primeira e única vez. Ainda hoje, quando penso nisso me dói. Como pode ser dura, egoista e injusta a mocidade...Enfim, lembranças.
Quanto à Elis, creio bem que tudo nela foi sempre um lamento sem fim. Por isso, a vida se lhe tornou insustentável.
Um abraço
Surpreender-me o que viu na imagem.
EliminarA grande inversão no nosso pensamento dá-se quando a fantasia passa a controlar a realidade, então chega a confundir-se o que não é com o que realmente foi. A crueldade também tem um lugar dentro de nós, incontrolável em certos momentos se algo nos levar a isso. Analizar esses momentos à luz dos tempos de hoje falseia um juízo justo.
Obrigado, um abraço.
Vejo na aguarela, uma lágrima que cai, sobre a ilusão de uma casa acolhedora.
ResponderEliminarO poema é um lamento, por a história não ter um final feliz.
Assim como não foi feliz, o final que a Elis Regina deu à sua vida.
Um abraço, fique bem e obrigada !
O seu comentário é, de facto, a motivação do escrito de hoje.
EliminarObrigado, um abraço.