Eu e o outro eu
Há uma diferença
na voz,
outro sabor nas palavras
entre o eu quando fala
e o outro eu quando pensa.
O que fala,
quando fala
é um cidadão ao fim da tarde
preenchendo clareiras
com passos metódicos.
O outro
é um acanhado pensador
vestido de rimas
anacrónicas.
Não há nudez que me valha
que dispa o meu pensamento
há sempre algo simbolista
a conter
um certo arrebatamento.
Consigo apenas dizer:
ninguém me vai obrigar
a desarrumar agora
o resto da minha vida!
A nudez auxilia sempre a nossa racionalidade
ResponderEliminarA nudez, por vezes, surpreende -nos.
EliminarNunca o autor escreveu nada que estivesse tão de acordo com frase que encima o cabeçalho.
ResponderEliminarEsses dois 'Eu', o que pensa e o que fala.
Tanto que este texto diz de si, Luís, tanto...
Quem por aqui passa diariamente, e o acompanha nos seus escritos, sabe que nenhuma destas palavras foi escrita de ânimo leve.
Não se acanhe. meu amigo, fale tudo o que lhe vai na alma, nada do que pensa e diz é anacrónico.
Se quiser...se não, fique calado. A sua vida e os seus actos, pertencem-lhe!!
Quanto à "nudez", não se "dispa" se isso o violenta.
Tome nas mãos as rédeas da sua vida. Não permita que ninguém, por mais forte e convencida da verdade que seja, o leve a 'desarrumar' o caminho que traçou...
Gostaria muito que entendesse este comentário, da mesma forma que eu penso ter entendido as suas palavras.
Um abraço.
Bom sábado. Sorria. :)
( O dia está lindo, apesar de ser de luto )
A minha resposta será curta.
EliminarSensibilizou-me o seu comentário, o suficiente para ler e reler o que eu próprio escrevi.
Muito Obrigado, um abraço também.
O “eu lírico nunca é o mesmo do “eu” do homem que gosta de sopa.
ResponderEliminarNo seu caso, Luís, a sintonia é perfeita.
Ontem à noite, matei a minha pobre cabeça para decifrar a aguarela.
Saí vencida como os americanos do Afeganistão.
Por acaso gosto muito de sopa.
EliminarA aguarela acho que tem os elementos em contraponto que talvez suscitem uma interpretação. Mas cada um constrói um pensamento a partir do que vê.
Claro que gosta de sopa, por isso é que a mencionei.
EliminarContinuo a olhar para a aguarela e vejo uma mulher a arder de desejo.
ABSURDO o meu pensamento.
Ou talvez não.
Será essa mulher que quer desarrumar o resto da sua vida?
O “eu lírico” luta e o outro “eu” continua tranquilo a comer a sua sopa.
Ao lado há uma igreja com a cobertura em mau estado.
EliminarVejo o telhado negro da igreja.
EliminarSe só fossem os telhados das igrejas de todo mundo em mau estado, mas não, a IGREJA CATÓLICA está absolutamente carunchosa.
Aproveite os últimos dias de verão 🌻
ResponderEliminarDepois de ler e reler tudo, incluindo os comentários, com atenção que merecem, fiquei sem saber o que comentar...
portanto, faço minhas, se me permitem, as palavras da Janita.
Um abraço comovido!
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarTomo o que disse como um bonito comentário.
EliminarObrigado.
Um abraço.
Desculpem, fiquei tão perturbada e surpreendida que cometi um erro crasso de ortografia.
ResponderEliminarObrigada Fê, fiquei feliz e honrada por as minhas palavras sentidas, terem encontrado eco na tua alma sensível.
Um beijinho, duplamente grato.
Ninguém viu.
EliminarFoi apenas mais um deslumbre de um dos seus " Eus".
ResponderEliminarSe desarruma-se a Vida, terminava o fascínio! ��
Conclusão certa. Obrigado.
EliminarUm auto-retrato e um desenho com número que poderão indicar anos (?!).
ResponderEliminarOs números são apenas decorativos.
EliminarObrigado.