A segunda noite
A fantasia
foi ferida com gravidade
não houve lágrimas suficientes
nem rezas
para curar o agravo
da segunda noite.
Dez vezes me levantei
da cama onde dormia
tantas quantos os versos
tantas quantos os gritos
para matar o amor.
Proust ensina a esquecer
a Gilberte da nossa vida.
Foto do autor do texto
O apoio de autores nos momentos da nossa vida
ResponderEliminarUm recurso contra o silêncio.
EliminarPor vezes, é preciso colocar um freio na fantasia.
ResponderEliminarNão sei o que Proust ensinava, conheço pouco da sua filosofia de vida.
Mas sei o que o Povo diz, na sua sábia simplicidade sobre 'essas coisas' de desgostos de amor:
"Eu antes para te ver
saltava quatro quintais
agora p'ra te fugir
saltaria uns 30, ou mais!"
Portanto, não sei se é melhor sofrer a perda de um amor, se sofrer para se ver livre dele.
Eu já sofri pelos dois motivos e digo-lhe que são dois sufocos muito semelhantes.
Tanto o céu anterior, quanto este, são pinturas que só a Natureza, nos seus dias mais inspirados, consegue pintar.
A aguarela, se vista noutro ângulo, parece-me um gato...com olhar esgaziado fitando a fenda vermelha.
Lá em cima, o céu azul, assiste imperturbável, como sempre.
Um abraço e bom domingo.
O seu comentário fala da realidade da vida com os seus episódios de "bem querer e mal querer", acontecem a todos nós. Mas, a nossa imaginação está para além da vida real, é deixá-la ir. Aliás acontece isso consigo ao olhar a imagem, vê algo que eu nunca tinha visto. Recriamos a vida para que ela não seja tão amarga.
EliminarBom domingo também. Um abraço.
Desculpe, Luís.
EliminarNão será bem como diz: "bem querer e mal querer".
Na minha modesta opinião é mais "Querer e deixar de querer", sem necessariamente se querer mal a quem deixou de se querer bem.
Obrigada.
por vezes a fantasia é demasiado real
ResponderEliminarpor vezes a realidade é apenas fantasia
amor é bom mas pode gerar desamor
desamor é mau
odiar ainda pior
vamos fazendo o caminho da melhor forma que soubermos "caminhar"
gostei da tela e da foto tem cores fortes e suaves, tal como a vida
bom domingo caro poeta
;)
Difícil é gerir as emoções. Gostei do seu comentário.
EliminarBom domingo.
Um abraço.
Perturbadoramente belos, poema, aguarela e fotografia.
ResponderEliminarNunca deixei que ninguém me ensinasse a esquecer porque esquecer nunca foi a minha intenção. O distanciamento impunha-se, o esquecimento não.
Forte abraço, L.!
Obrigado pela forma como classificou a publicação de hoje.
EliminarMesmo sem querermos há coisas que esquecemos, outras, mesmo que queiramos, não conseguimos.
Um abraço.
Só o tempo ajuda a esquecer.
ResponderEliminarÉ sentimento que não se ensina, só se sugere.
E o método da aquarela retrata um pouco como devemos diluir as fantasias,
dando-lhes transparências.
Muito bom ,L
Muito poético o seu comentário, a comparação esquecimento/técnica da aguarela é perfeito.
EliminarObrigado, Um abraço.
Ach, POETA!
ResponderEliminarEu substituía o “esquecer” por “compreender“ os tropeços da vida, esses amores que roubam o sono.
Embora a fantasia tenha sido ferida — da dor resultou um belo poema em sintonia com a aguarela e a fotografia.
"Deixar de amar Gilberte" como disse Proust, igual a esquecer digo eu.
EliminarDepois daquele dia
ResponderEliminarDeixei de me levantar
Deixei de ouvir gritar
e lágrimas?
que é isso?
Lágrimas podem ser dentro de nós.
EliminarBom, não entendi a aguarela, será a máscara da fantasia?
ResponderEliminarDo poema, não conheço a filosofia de Proust. Gosto imenso da foto embora as nuvens ameacem tempestade.
Abraço, saúde e boa semana
A aguarela é simples apenas um efeito visual de cores e formas
EliminarMuito Obrigado. Saúde, um abraço.