Falta de memória ___
___ de mim
Respeito
o pó dos meus livros
as minhas roupas velhas
as fotografias antigas
as memórias dos meus filhos
no primeiro dente
na madeixa de cabelo
a minha primeira caixa de aguarelas
as cartas antigas de outros sonhos
as boas memórias
mas também as más
a Rádio Clássica de Espanha.
Respeito
a minha língua
a minha música
a minha respiração.
Tudo se revela de novo
na minha memória
mas já não me lembro
que idade tenho.
De Espanha acho que sempre bons ventos
ResponderEliminarEspanha, um bom destino para visitas culturais.
EliminarCurioso o desfecho do poema, pensando bem, com um toque filósofo.
ResponderEliminarA aguarela linda como a madeixa de cabelo da menina.
A nossa memória consome-nos e consome-se.
EliminarCuriosíssimo, sem dúvida, é o facto de nos diluirmos tanto e tão profundamente nas pequenas/grandes coisas que respeitamos/amamos...
ResponderEliminarSão tocantemente belos, o poema e a aguarela, L.
Forte abraço!
As coisas que ficam e suportam a nossa memória.
EliminarSaúde, um abraço.
Respeito
ResponderEliminartudo o que dizes
respeitar
Respeito ainda
a Conservatória do Registo Civil
mas não consulto o resultado
do seu trabalho
Sei a minha idade por sentimento
Hoje senti-me jovem
Ontem, por acaso
senti-me septuagenário
Ora somos novos, ora somos velhos, isso é o sintoma de que já não somos novos. Faz-me lembrar aquelas pessoas que dizem "não sou de esquerda nem de direita" de um modo geral são de direita.
EliminarCompreendo tudo o que diz respeitar, porque também respeito - e estimo - as minhas boas memórias, os meus 'trapos antigos' - tão antigos que chegam a estar de novo na moda - as minhas fotos antigas. Minhas, dos meus ascendentes e descendentes e de de todos os amigos/as que um dia me fizeram viver momentos inesquecíveis. Fico por aqui, pois o rol seria imenso...
ResponderEliminarPara que páre de falar de mim e me remeta ao papel de comentadora, remato este comentário, firmando e afirmando, todo o meu profundo Respeito por si e por tudo o que escreve. Muito obrigada, caro Amigo Luís Rodrigues.
Um abraço.
É um gosto constatar a sua identificação com o que hoje publiquei.
EliminarQuanto à parte final do seu comentário, digo:
Há dias assim em que um pequeno elogio relança a boa disposição e aplaca os pequenos temporais, inúteis, que por vezes adensam os nossos dias já cinzentos.
Agradeço a gentileza cara Amiga Janita.
Um abraço.
Parece que o Blogger já me anda a boicotar de novo. Mas que mal fiz eu a esta gente??
ResponderEliminarLi perfeitamente a sua prezada mensagem.
EliminarMuito belo, todo o poema e adorei o final.
ResponderEliminarPorque, a idade é apenas um número.
Beijo
:)
A idade é um número que pode ser longo e... pesado.
EliminarUm abraço.
sim é verdade, mas podemos sempre fazer que nos pareça mais leve.
Eliminaracho eu :(
Podemos sim, mas por vezes esses pensamentos chegam-nos.
EliminarTema sério...
ResponderEliminarVivamos intensamente, enquanto lembramos quem somos.
Faltas de memória, quem não tem?!
Beijo.
Vamos deixando coisas pelo caminho.
EliminarObrigado
Um abraço.
Todo se queda en el recuerdo, en donde no se puede olvidar.
ResponderEliminarBesos
Tenemos las reservas de la historia de nuestra vida en nuestra memoria. Un abrazo.
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