Fotos do autor do texto
A minha aldeia, velha aldeia
Ainda ficaram pelo chãoos sons do sino da minha aldeiao murmúrio do estreito rio é um lamentoum fio de fumo na última casaque se cruza com um traço brancoque ficou no céu no cimo do imemorial monteo chão quase branco do valeresta viva uma laranjeiracompleta de pontos de cor luminosaentre a mancha verde escuro.
A velha aldeia já não nasce todos os diasas grandes cidades mataramos seus pais e as suas mães.E a minha cadeira lá forasem ninguém.
"Na minha aldeia
ResponderEliminarnão há ódios mas estimas
Tem-se amor pla vida alheia
todos são primos e primas..."
Mas isto acontecia nas Aldeias de antigamente.
Agora, só nelas vivem os anciãos, que já não têm idade nem força para de lá sair.
Isolados, sós e tristes.
Este, está a ser um ano de abundância de citrinos.
Laranjeiras, tangerineiras e limoeiros estão carregadinhos de frutos, pelo menos por aqui...e por aí - pelo que a foto demonstra -, é igual.
Bonita esta homenagem que o autor presta às actuais Aldeias desertas, e aos poucos habitantes, solitários, que nelas vivem.
Um abraço.
A desertificação é uma realidade que está a ter custos graves para o país e vai piorar. Só quem entra nesses lugares pode ver o abandono e a decadência dos povos do interior e não se percebe que os que formam governo invertam esta triste situação.
EliminarUm abraço.
Não será tanto assim, até porque há muitos estrangeiros que se apaixonam pelo nosso clima e paisagens, assentam arraiais nas velhas aldeias, compram casas degradadas e antigas, restauram-nas e dedicam-se à produção agrícola dos mais variados produtos. Desde ervas medicinais a plantações inovadoras...
EliminarJanita,
Eliminaradoro a sua visão romântica que a transporta
para uma realidade que não ocupa a cadeira
a que se refere o poeta
Dou por testemunho a quintinha que meu genro comprou, perto de Alvega (Abrantes).
Por lá estiveram, ele, minha filha e três netos.
A quintinha tinha quase tudo e o que faltava nela tinha-o em Alvega.
Alvega hoje tem portas e casas como as da foto.
Perdeu a escola.
Perdeu a farmácia.
Perdeu o Centro de Saúde
Perdeu gente
Nem sei que mais lhe diga
querida amiga
Os estrangeiros que se fixam em Portugal são pessoas reformadas e em número que não chega para revitalizar essas localidades, tanto mais que não estão em fase de ter filhos e como têm poder de compra deslocam-se aos hospitais privados. Os imigrantes são trabalhadores pobres e em pequeno número, não chegam para activar escolas, correios, centros de saúde, tribunais, etc. que foram desactivados pelos nossos desgovernantes.
EliminarEsses estrangeiros de que o Luís fala, os aposentados, não se fixam nas aldeias. Escolhem, para viver a sua velhice, as localidades perto do mar, de preferência no Algarve.
EliminarPoderia dar-lhe alguns exemplos de jovens que vêm de visita, notam o abandono que nós notamos, e se instalam e criam os seus filhos em contacto com a natureza, longe dos centros urbanos.
Essas instituições que fala são da competência do Estado, seja ele de que quadrante político for. Por mais geringonças que se façam, criticam-se mutuamente, porém, acabam por se aliar... Haja lucidez e coerência! Da parte dos intervenientes activos, claro.
PS- Não se deixe perturbar... vejo que deixou a resposta sobre o filme, no comentário de um 'idoso' super activo, que fala do nosso país ser o 5º mais envelhecido... Quinto? Olhe que bom! Melhor que ser o 1º.
Um abraço.
Esta sua actualização do seu comentário, confirma o que digo. Os estrangeiros que se fixam no interior são um reduzido número, não altera significativamente o estado de coisas.
EliminarAs instituições necessárias à vida das pessoas são, de facto, da competência do Estado, mas tem sido esse mesmo Estado, gerido até agora por apenas três partidos, que tem desactivado os centros de saúde, os tribunais, as escolas e até privatizou os correios que logo fecharam estações. A referência à dita "geringonça" nada tem a ver com este assunto, não vi nenhum desses partidos de esquerda aliados ao PS, apenas conseguiram algumas melhorias em apoio parlamentar, até dizer BASTA!
Deixei a minha resposta sobre o filme a seguir ao Rogério porque o sistema não permite responder a respostas individualmente.
Quanto a sermos o quinto país mais envelhecido, não é bom por comparação com o primeiro, dá ideia daquela situação "partiste uma perna? Vá lá podias ter partido as duas!"
Um abraço.
A minha comparação é tão legítima quanto a de alguém que fala da 'sua aldeia' quando nasceu na capital, vive suspirando de saudade pela Cidade Luz, calcorreou o mundo, pousando sempre nas suas capitais e nunca - que se saiba - viveu numa aldeia.
EliminarSe a possibilidade de resposta estiver em aberto, como foi o caso do comentário sobre o filme, pode responder individualmente, sim!
Bom dia, fico por aqui.
Tenho alguma observação sobre o tema hoje em debate, e acompanho a situação política, daí a minha posição sobre o assunto, não é preciso ter nascido numa aldeia.
EliminarCorrigidas as respostas aos comentários da Ematejoca e Rogério.
Obrigado pelo esclarecimento no manejo desta técnica blogueira.
Bom dia.
Ao ler o poema desta noite, lembrei-me de „Glória“ um filme português de longa-metragem de ficção realizado por Manuela Viegas, que vi na Berlinale.
ResponderEliminarGosto imenso da primeira fotografia.
Ainda não vi esse filme mas já me falaram nele.
EliminarTua foto
ResponderEliminarparece o rosto
de um país
há muito
envelhecido
(somos o 5º mais envelhecido de todo o Mundo)
Um país a precisar de novos pontos de vista sobre o futuro.
EliminarA fotografia lembra casarios abandonados num contraponto com a
ResponderEliminarlaranjeira repleta da fruta.
E remete-nos a um desgaste natural que se não cuidarmos, perderemos !
abraço Luís e bom domingo
Portugal está cheio de casas abandonadas e de pessoas idosas sozinhas.
EliminarUm abraço.
A nossa aldeia,o nosso refugio
ResponderEliminarAldeias quase fantasmas.
EliminarA nossa aldeia fica sempre em recordações
ResponderEliminarBeijinhos e um excelente domingo
Recordação de como ela era.
EliminarUm abraço.
As velhas aldeias já pouco mais são do que ruínas num país onde nada se faz pelo interior.
ResponderEliminarGosto muito da foto e do poema.
Abraço, saúde e bom domingo
É exactamente isso. Obrigado.
EliminarUm abraço.
Exceptuando, como é evidente, as muitas Aldeias de Xisto, situadas tanto a Norte, quanto a Centro de Portugal.
EliminarRecuperadas e viradas para o turismo, numa abrangente visão económica das autarquias locais, como podem ver AQUI.
Obrigada.
( sou obstinada, fazer o quê? )
Bolas!!! Não era esse aqui, era este AQUI.
EliminarDiacho!
Tenho mesmo que pedir desculpa por este erro crasso.
EliminarDesculpe. :(
Não tem que pedir desculpa.
EliminarSei da existência destes lugares de Turismo Rurar e Turismo de Habitação mas, peço-lhe que me desculpe, essa actividade em nada altera a situação. É ver o estado em que se encontram as aldeias do interior e não só do interior.
Caro Poeta/Pintor
ResponderEliminarAdorei o poema e a foto.
Um poema que nos remete para a nossa infância e as memórias que deixou.
A foto, que lembra tanta coisa e que dá uma certa nostalgia, encontrar tantas casas abandonadas e que guardam tantas memórias.
Gostei bastante!
Beijinhos
:)
Casas onde outrora viveu gente.
EliminarUm abraço.