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Escreve aí ___  meu filho

Meu filho pega neste lápis 
com a tua pequena mão 
e começa a escrever 
a tua história
___ escreve aí 
que o teu pai te pede perdão 
por ter sido cúmplice 
na construção deste mundo 
___ escreve aí 
que o teu pai não tem razão 
para o seu próprio nascimento
___ escreve aí 
que a nossa salvação 
a nossa única salvação são 
os cânticos 
as palavras 
as cores 
o amor 
e a verdade sobre a nossa finitude
Escreve aí ___ meu filho.


 

20 comentários:

  1. Cenário de um convento para as reflexões profundas do poeta.
    Vejo o filho estender o braço para acariciar a mão do pai.

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  2. Réplica

    Minha filha pega neste lápis
    com a tua pequena mão
    e começa a escrever
    a tua história
    ___ escreve aí
    que o teu pai te pede perdão
    por ter sido impotente
    na construção deste mundo
    ___ escreve aí
    que o teu pai nem sequer foi ouvido
    para o acto de que foi nascido
    ___ escreve aí
    que a nossa salvação
    a nossa única salvação são
    não apenas os cânticos
    não tão só as palavras
    mas sobretudo os gestos
    o amor
    e a verdade sobre a nossa finitude
    Escreve aí ___ minha filha.


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  3. Muito interessante esta passagem do testemunho geracional mas digo-te que quando pomos os filhos no mundo eles passam a pertencer ao mesmo e muitas vezes fogem/negam das ou às ferramentas que lhes demos: música, conversas, cores e o amor. Pelo muito que já vi e sobretudo vivi, há pais que se culpam por actos desviantes dos filhos e nessa história a única coisa que prevalece é o amor e culpar ou sentirmo-nos culpados como pais não concordo. Claro que há pais e pais mas a maioria dá tudo o que têm e sabem aos filhos e o mal de muitos é desconhecerem desde pequenos a palavra NÃO!
    A foto que não me é desconhecida está uma pérola.
    Gostei muito vir aqui e lá fiquei em ebulição com as emoções:))) ê pá tu és mesmo um mestre.
    Beijos e um bom domingo

    Beijos e um bom domingo

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    1. Os filhos, são a revisão da nossa vida, o exame que fazemos à nossa própria vida passada e onde encontramos resposta para muitas situações do que foi a nossa existência como filhos. Concordo com o teu ponto de vista.
      Os teus comentários vão acabar por fazer de mim um autor vaidoso.
      Bom domingo, um abraço.

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  4. Então vejamos se consigo comentar por aqui, que nem uma palavrinha o Google me autorizou no Conversa Avinagrada...

    Por muito que tenha gostado - e gostei! - da profunda e amarga quietude do seu poema, subscrevo sem hesitar a versão do Rogério.

    O claustro é lindíssimo. Quase todos os claustros são belos...

    Forte abraço, L.

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    1. A versão do Rogério é uma alternativa que vai no m esmo sentido do texto da publicação, completando-a com uma outra alternativa, no final. Que aprovo.

      Saúde, um abraço.

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  5. Tanta lamechice não sei porquê!!
    Se acaso o filho - ainda por cima pequeno - escrevesse o aque o pai mandou, não seria a sua história e sim, a do seu progenitor.
    Colocar nos ombros dos filhos as suas proprias falhas é um acto que condeno... Já sei, é poesia... e, como tal, prefiro-a à réplica, que não replica nada. Foi passada a papel químico.

    Gostei da foto do claustro desse Mosteiro.
    Bom Domingo!

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    1. Quando era miúdo a minha mãe citava um ditado popular que era assim:
      "Chegou e disse, tirou o chapéu e foi-se"

      A foto é de um claustro finito.

      Bom domingo, um abraço.

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    2. Olhe...se pensava que me irritava, enganou-se. Fez-me rir!
      E conhece algum claustro infinito? Qual?

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    3. Não quis irritá-la, apenas fazer graça com o seu comentário tão peremptório.
      Todos os claustros são infinitos, desde que tenhamos imaginação, veja - os claustros são quatro corredores, se passear por eles sempre à volta, o claustro torna-se infinito. Gosto de tertúlias, agradeço-lhe por isso.
      Um abraço.

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  6. A foto é muito bela. O poema, um tanto amargo.
    Abraço, saúde, boa semana e boa Primavera. E já que ela nos trouxe a chuva tão necessária, nos traga igualmente a PAZ

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    1. Todos desejamos a Paz.
      A chuva faz falta, sim.
      Saúde, um abraço.

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  7. A foto leva-nos à profundeza do poema.
    Um pouco triste e cheio de desalento.
    Escrevemos nós o que nos vai na alma.
    Os nossos filhos escreverão, talvez as mesmas coisas, com palavras diferentes.
    Boa semana.
    Beijo
    :)

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    1. Os nossos filhos escreverão coisas diferentes das nossas.
      Um abraço.

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