Foto do autor do texto
Escreve aí ___ meu filho
Meu filho pega neste lápis
com a tua pequena mão
e começa a escrever
a tua história
___ escreve aí
que o teu pai te pede perdão
por ter sido cúmplice
na construção deste mundo
___ escreve aí
que o teu pai não tem razão
para o seu próprio nascimento
___ escreve aí
que a nossa salvação
a nossa única salvação são
os cânticos
as palavras
as cores
o amor
e a verdade sobre a nossa finitude
Escreve aí ___ meu filho.
Cenário de um convento para as reflexões profundas do poeta.
ResponderEliminarVejo o filho estender o braço para acariciar a mão do pai.
Um claustro finito.
EliminarRéplica
ResponderEliminarMinha filha pega neste lápis
com a tua pequena mão
e começa a escrever
a tua história
___ escreve aí
que o teu pai te pede perdão
por ter sido impotente
na construção deste mundo
___ escreve aí
que o teu pai nem sequer foi ouvido
para o acto de que foi nascido
___ escreve aí
que a nossa salvação
a nossa única salvação são
não apenas os cânticos
não tão só as palavras
mas sobretudo os gestos
o amor
e a verdade sobre a nossa finitude
Escreve aí ___ minha filha.
Uma alternativa válida. Obrigado.
EliminarQue hino lindo à paternidade
ResponderEliminarA paternidade inexplicável.
EliminarMuito interessante esta passagem do testemunho geracional mas digo-te que quando pomos os filhos no mundo eles passam a pertencer ao mesmo e muitas vezes fogem/negam das ou às ferramentas que lhes demos: música, conversas, cores e o amor. Pelo muito que já vi e sobretudo vivi, há pais que se culpam por actos desviantes dos filhos e nessa história a única coisa que prevalece é o amor e culpar ou sentirmo-nos culpados como pais não concordo. Claro que há pais e pais mas a maioria dá tudo o que têm e sabem aos filhos e o mal de muitos é desconhecerem desde pequenos a palavra NÃO!
ResponderEliminarA foto que não me é desconhecida está uma pérola.
Gostei muito vir aqui e lá fiquei em ebulição com as emoções:))) ê pá tu és mesmo um mestre.
Beijos e um bom domingo
Beijos e um bom domingo
Os filhos, são a revisão da nossa vida, o exame que fazemos à nossa própria vida passada e onde encontramos resposta para muitas situações do que foi a nossa existência como filhos. Concordo com o teu ponto de vista.
EliminarOs teus comentários vão acabar por fazer de mim um autor vaidoso.
Bom domingo, um abraço.
Então vejamos se consigo comentar por aqui, que nem uma palavrinha o Google me autorizou no Conversa Avinagrada...
ResponderEliminarPor muito que tenha gostado - e gostei! - da profunda e amarga quietude do seu poema, subscrevo sem hesitar a versão do Rogério.
O claustro é lindíssimo. Quase todos os claustros são belos...
Forte abraço, L.
A versão do Rogério é uma alternativa que vai no m esmo sentido do texto da publicação, completando-a com uma outra alternativa, no final. Que aprovo.
EliminarSaúde, um abraço.
Tanta lamechice não sei porquê!!
ResponderEliminarSe acaso o filho - ainda por cima pequeno - escrevesse o aque o pai mandou, não seria a sua história e sim, a do seu progenitor.
Colocar nos ombros dos filhos as suas proprias falhas é um acto que condeno... Já sei, é poesia... e, como tal, prefiro-a à réplica, que não replica nada. Foi passada a papel químico.
Gostei da foto do claustro desse Mosteiro.
Bom Domingo!
Quando era miúdo a minha mãe citava um ditado popular que era assim:
Eliminar"Chegou e disse, tirou o chapéu e foi-se"
A foto é de um claustro finito.
Bom domingo, um abraço.
Olhe...se pensava que me irritava, enganou-se. Fez-me rir!
EliminarE conhece algum claustro infinito? Qual?
Não quis irritá-la, apenas fazer graça com o seu comentário tão peremptório.
EliminarTodos os claustros são infinitos, desde que tenhamos imaginação, veja - os claustros são quatro corredores, se passear por eles sempre à volta, o claustro torna-se infinito. Gosto de tertúlias, agradeço-lhe por isso.
Um abraço.
Adorei o poema.
ResponderEliminarBoa Tarde.
Beijinhos
Agradeço a simpatia.
EliminarUm abraço.
A foto é muito bela. O poema, um tanto amargo.
ResponderEliminarAbraço, saúde, boa semana e boa Primavera. E já que ela nos trouxe a chuva tão necessária, nos traga igualmente a PAZ
Todos desejamos a Paz.
EliminarA chuva faz falta, sim.
Saúde, um abraço.
A foto leva-nos à profundeza do poema.
ResponderEliminarUm pouco triste e cheio de desalento.
Escrevemos nós o que nos vai na alma.
Os nossos filhos escreverão, talvez as mesmas coisas, com palavras diferentes.
Boa semana.
Beijo
:)
Os nossos filhos escreverão coisas diferentes das nossas.
EliminarUm abraço.