Foto de Daniel Filipe Rodrigues





 
 
Acredito que um dia

Acredito que o mar um dia 
chegará à minha casa e que 
as sereias vistas nos mares do norte
se revelarão aos incrédulos 
Acredito que virão com as suas 
grinaldas e uma mensagem florida 
de tanta pureza que hoje 
só as crianças acreditam nela
Quando o mar um dia 
chegar à minha casa 
estaremos ainda todos 
naquele tempo em que dávamos 
as mãos às nossas mães 
antes de entrar no mar.


 

17 comentários:

  1. Esta noite as palavras do POETA são prometedoras.
    A belíssima fotografia obrigada-me a sonhar com Hamlet e em pensar em visitar a capital da Dinamarca 🇩🇰
    Ando tão agitada … a publicação desta noite até me fez esquecer o conflito.

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    1. Não nos podemos fixar no horror, temos de dar espaço à beleza.
      Sim, é Copenhaga.

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  2. Gostei muito desta fuga do horror actual. Tenho a esperança que em breve terá fim e "acredito que virão" melhores tempos.
    A foto é muito bonita.

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    1. Há sinais de que este trágico acontecimento possa ter solução, temos de esperar, mas entretanto há pessoas em situações dramáticas e a morrerem.
      Obrigado.
      Um abraço.

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  3. Ontem deixou-me sem palavras por uma razão específica. Hoje, por outra razão que lhe é oposta, está a custar-me a encontrá-las :)

    É belíssimo, este seu ACREDITO QUE UM DIA. Eu pediria mais uns momentos,"que tudo é tão belo!"

    Forte e grato abraço, L.

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    1. O seu comentário é mesmo um incentivo e uma fonte de inspiração. A sua impressão contra. Obrigado.
      Um abraço.

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  4. Tenho a sorte do meu lado
    hoje um golfinho sorriu-me
    e uma gaivota disse-me em segredo
    que a paz possível virá com a maré cheia
    À falta de mãe, dei as mãos a uma idosa
    minha vizinha e entrámos na água
    que voltou a estar morna

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  5. Às vezes, a procura da beleza traz as sua benesses. É quando nos fazem navegar num mar de irrealidades, afastando por momentos, os momentos de horror bem reais.
    Bem-aventurados os que conseguem assim viver.
    Eu, por mais que me quisesse poupar - que não quero - não consigo ignorar o óbvio.

    Até o sol brilhou por entre as nuvens, reflectindo-se nas águas desse canal, num amanhecer de esperança, algures numa rua da capital da Dinamarca. Parabéns ao autor dessa beleza, tão natural e sem ficção.

    Um abraço.

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    1. Também estou preocupado. No entanto não podemos soçobrar, o nosso ânimo tem de evitar que tudo escureça à nossa volta.
      Um abraço.

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  6. o querer voltar à infância.
    Tão belo, este poema.

    :)

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