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A minha nudez
Despi-me para mim próprio ___
___ no meu todo que conheço
na contemplação das cicatrizes
compreendi o percurso do corpo
as imensas colisões do meu corpo
os rasgões passajados
no peito as notícias do passado
no ventre a marca de várias fomes
da fragilidade dos ossos
nada pude apreciar
essa é a surpreendente
resistência do oculto
do alicerce osso mente ___
___ e tudo o mais vive
ao sabor desta relação estrutural
Despi-me para mim próprio
e o que vejo é o mapa
de um velho território quase deserto
minas abandonadas
riachos sem fio de água
árvores de tronco seco
mas de tudo um perfume apaziguador
e pó
a minha nudez
em pó.
A nossa nudez é um refugio
ResponderEliminarA nossa nudez é o nosso território.
EliminarDá-te por feliz por teres um território só teu onde podes observar as marcas do tempo porque continuas de pé e sabes responder-me porque é que as "árvores morrem de pé?" Pergunta que o meu pai fazia quando me via mais em baixo.
ResponderEliminarGostei muito deste teu despir, salvo seja:))))
A foto está magnífica mas não consigo perceber se é uma tela ou um tronco real.
Beijocas e um bom dia
Obrigado pelo comentário tão simpático e animador.
EliminarA imagem é verdadeira, de um tronco de árvore.
Um abraço.
Essa parede, que o tempo está a descascar, mostrando-a na sua nudez triste, exemplifica bem o que o autor quis dizer quando fala no pó da sua própria nudez.
ResponderEliminarComo disse a poetisa alentejana; um dia seremos, pó, cinza e nada.
Pena que alguns se imaginem acima da mortalidade comum a todos.
Tenha um Bom Dia, poeta!
Um comentário que interpreta bem a imagem na sua intencionalidade, ainda que não seja uma parede.
EliminarSeremos pó, mesmo que a partir de cinzas.
Obrigado.
Um abraço.
Saúdo este seu primeiro comentário no meu blog.
ResponderEliminarAgradeço.
Um abraço.
Bela fotografia de um tronco de árvore a ilustrar um fabuloso poema: "A Minha Nudez"
ResponderEliminarUm forte abraço, L.!
De vez em quando despimo-nos para nós próprios.
EliminarUm abraço
Lindíssimo poema.
ResponderEliminarA nossa nudez é o nosso território,
O nosso mundo!
Boa Tarde. Beijinhos
A embalagem da nossa intimidade.
EliminarObrigado.
Um abraço.
A inquietação do POETA é suavizada pela beleza da fotografia, que me lembra uma pintura 🎨
ResponderEliminarCá dentro inquietação, inquietação
EliminarÉ só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Como disse o JMB
Quem é o JMB?
EliminarJosé Mário Branco
EliminarBoa tarde Amigo Pintor/Poeta
ResponderEliminarA nossa nudez é uma coisa muita intíma.
A nudez do poema é outra coisa bastante mais ampla.
Gostei da foto que me parecer ser uma parede, muito criativa.
Também pode ser uma árvore, de qualquer modo está bastante boa.
Os seus dotes fotograficos também são bastante bons.
Desejo uma semana abençoada, com saúde e harmonia.
;)
A nossa nudez tem uma dimensão para além do corpo visível.
EliminarMuito Obrigado pelas considerações que faz às minhas competências.
Um abraço.
Como Adán y Eva, a veces tomamos comnciencia, de que hemos llegado a este mundo desnudos.
ResponderEliminarBesos
Correcto. La desnudez es nuestra primera actuación. Un abrazo.
EliminarBoa tarde meu querido amigo Luís. Falaste de nudez de uma forma poética e preciosa. Vivemos num momento atual, que muitos se preocupam mais com o exterior e aparência, do que o interior. Grande abraço carioca.
ResponderEliminarOlá Luiz. É verdade, os homens hoje em dia distinguem-se mais pela aparência exterior do que pela sua valia interior.
EliminarObrigado.
Um abraço também.