Estou vigilante

Padeço 

de uma tristeza intermitente

de uma dúvida dia sim dia não 

de um medo inconsciente

do conformismo de um velho órfão 

da contrariedade de um exilado voluntário 

da nostalgia de ter perdido dois belos seios 

de uma obscuridade tardia. 

A minha cabeça é o lugar certo

para germinarem muitas incertezas ___

___ estou de vigia à minha memória.

 




15 comentários:

  1. Eu acho que acontece precisamente o oposto. A nossa memória é que nos vigia. Ferozmente

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  2. A minha cabeça é o lugar certo
    para germinarem algumas certezas ___
    ___ a minha memória vigia-me cada gesto

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    1. Felizes os que têm certezas neste tempo de ideias e factos tão confusos.

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    2. Algumas... eu escrevi, algumas... as que bastam para intervir onde venho intervindo.
      (caso não, ficava quieto)

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  3. Felizes dos que duvidam: a dúvida é a pedra de toque de todo o humano conhecimento! Sem dúvida, não existiria Ciência e a Arte, essa continuaria amputada, humilhada, ajoelhada diante de todos os deuses e seus humanos representantes.

    Até me parece mentira estar a conseguir escrever... no Conversa Avinagrada, não via uma única letra do que estava a tentar teclar. Tive de desistir.

    Forte abraço, L.!

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  4. Não gostei da foto e o poema é retrato fiel de quem se esconde/foge/ignora/alimenta atrás da memória negativa sem olhar/sentir/ mudar/ os registos bons da memória positiva que todos temos nem que sejam simples flashes.
    Beijos e uma boa tarde

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    1. Hoje nota negativa, num comentário sem o habitual humor a que acho tanta graça.
      Merece um abraço na mesma.

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  5. Não! Não padeces, meu amor...
    Pelo teu ponto de vista
    Padeces? Vê se avista,
    Tua alma, algo sedutor
    Na tua frente – o que for!
    Será uma imagem viva
    Do que não está cativa
    Na tua vida, é a paixão
    Por ela mesma – a vida
    Que deverá ser vivida
    Em qualquer ocasião!

    Abraço fraterno. Beijo. Laerte.

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    1. Simpático comentário em forma de poema. Agradeço o empenho inspirado.
      Um abraço.

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  6. A foto parece o meu olho esquerdo desde que há três anos me fizera a primeira cirurgia.
    O poema? Pois vigiemos a nossa memória, porque ela é o nosso maior tesouro.

    Abraço, saúde e bom fim de semana

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  7. Eu esqueço-me de vigiar a minha memória. Que me esquece.

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