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Vivo neste país 

Posso mostrar-te o meu corpo

como se fosse uma carta geográfica 

uma espécie de revelação de um país 

com rios ___ tantos que são incontáveis 

e planícies desertas

recantos silenciosos e pouco visíveis 

depressões e montes velhos ___ e novos

falhas tectónicas com o seu pulsar. 

A geografia de um corpo habitado

o mapa de um país assente 

em sangue

ossos

e pensamento ___

___ o país onde estou exilado.



 

14 comentários:

  1. Uma bela e originalíssima forma poética de referir o corpo humano, neste caso o seu, como um país onde, gostando ou não dele, todos vivemos exilados.

    Um abraço e um bom dia.
    (Janita)

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    1. Estamos condenados a viver nele.
      Agradeço o comentário a esta Anónima com nome.
      Um abraço.

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  2. E eu acrescentaria...e cheio de sombras pautadas com pequenas flores amarelas, tal como a foto que gostei muito.
    Um abraço de bom dia

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  3. Magnífico poema, L.!

    No país no qual estou exilada, têm-se vindo a acentuar muitíssimo a actividade vulcânica com intensa produção de nuvens piroclásticas, os sismos e os choques brutais entre as falhas tectónicas... Este exílio dói-me de cima abaixo e, no entanto, continuo a lutar por ele todas as horas de todos os dias. ..

    Um grande abraço e um feliz 1º de Maio!

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    1. Resistiremos, este ainda é o território onde habitamos.
      Viva o 1° de Maio. Um abraço.

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  4. Uma forma muito criativa de fazer um poema, a partir do corpo.
    Como se dele um mapa se construisse .
    Impressionante.
    Mas, mesmo exilada (falo de mim) confesso que amo o meu País.
    Boa semana com saúde.

    :)

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  5. É issoLuis, nascemos de graça como já dizia a poeta Lispector e o primeiro berço
    é a Pátria .Daí, ficamos cativos .
    E o corpo mesmo distante sempre irá pertencer àquela terra.
    Gostei da criação poética e desse lugar onde nos coloca _nosso corpo-nossa casa !
    um abraço

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    1. O nosso corpo, cuidemos dele, não o esqueçamos.
      Um abraço também.

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  6. Original a fusão do corpo com o país de origem.
    A fotografia arrepia e encanta.
    Tanto o poema como a fotografia: magníficos.

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