Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Dois mil quilómetros nos separam
Aprecio estes dias de chuva pequena ___
___ tímida
Como eu gostaria de estar agora
na tua casa a dois mil quilómetros
de distância da minha casa
a ver os telhados molhados
porque da tua casa se vê tudo
acho até uma ousadia viveres num lugar
que disputa com os deuses
a visão sobre os outros
Um olhar idêntico, certeiro e alto
que tiveste sobre mim ___
___ eu que vivo num rés-do-chão comum
muito abaixo de todos os telhados
Um caso de amor fulminante
inesperado numa viagem de férias
com a inevitável distância ___
___ os tais dois mil quilómetros
de silêncio ___
___ até à tua visita ao meu rés-do-chão
até à tua pele luminosa que deixou
um pouco de luz sobre a minha cama
até ao último olhar
até à tua partida com chuva pequena
___ tímida
o chão molhado
o reflexo das luzes das casas
um halo de luz vermelha do táxi
a desaparecer na curva ao fim da rua
___ uma momentânea mão de vento
a afastar as folhas de árvore
que havia à minha porta.
Dois mil quilómetros sem fim.
Lá vai mais um comentário de COMO — centro industrial ao lado de Milão. Não quis dormir sem ler o poema desta noite, em que o poeta gostava de estar na cidade da fotografia. Saudades do filho? Uma análise muitíssimo à pressa.
ResponderEliminarNeste texto a cidade não importa qual é. Este texto tem o fundamento de uma relação amorosa desigual, quase fortuita e que terminou.
EliminarVi na fotografia Copenhaga, daí a minha falsa interpretação.
EliminarDe qualquer maneira, gostei muitíssimo de ler o poema.
Confesso que já tinha saudades das suas publicações, Luís!!
Bem vinda, os seus comentários fazem falta.
EliminarNão há distância para a memória do Amor!
ResponderEliminarOutra Anónima, não a que mencionou o lago...
ResponderEliminarBem vinda também, todos os comentários, mesmo dos anónimos que não são os outros anónimos, fazem falta.
EliminarSó agora é que vou até ao lago..,
EliminarPara aplacar a sua Solidão dos dois mil quilómetros : https://www.youtube.com/watch?v=5OoOIgMCaBE&list=RDEMsZmJ8AFyaxK1Yp_3ewQn_A&index=8
ResponderEliminarBelíssimo , Luís
ResponderEliminarAh ,os quilômetros que separam nossos amores !
... e ainda essa chuvinha ' tímida ' despertando emoções .
Amar deveria ser sempre demoradamente e longamente.
Enquanto isso, escreva mais poesia, que ajuda diminuir os
muitos oceanos aqui do meu lado.
Abraço e feliz sábado.
A distância tortura qualquer relação e torna-a inviável.
EliminarContinuarei até ter folgo.
Bom fim de semana.
Um abraço.
Momentos que recordas com saudade e dois mil quilómetros fazem-se bem a pé:))) e assim até as saudades desaparecem!
ResponderEliminarA foto é muito bonita.
Abraços e um bom sábado
Nem o bom humor permite uma caminhada dessas, ou por outra, demoraria tempo e depois haveria o regresso... que cansaço..
EliminarBom fim de semana.
Um abraço.
Os meus próximos comentários já são das margens do rio Reno!!
ResponderEliminarBoa viagem de regresso.
EliminarDois mil quilometros fazem se com os olhos fechados
ResponderEliminarSonhando... talvez.
EliminarBelíssimo poema, L.!
ResponderEliminarSaboreio com espanto essa lonjura, eu, para quem quaisquer cem metros perfazem muito mais de dois mil quilómetros...
Forte abraço!
Uma lonjura que separa e aniquila.
EliminarAs melhoras, um abraço.
Não me ocorre nada que valha a pena dizer-lhe acerca do tema hoje publicado.
ResponderEliminarSó quero que saiba que o li. Não estando na minha mão encurtar essa distância que tanto o aflige, peço-lhe que
clique AQUI e, quiçá, sinta mais perto de si a bela capital da Dinamarca...
Um abraço com a duração do tempo equivalente a...2 mil Km. :))
Então? Sumiu o meu comentário onde esclareço o motivo de ter saído anónima?
EliminarBolas, tanto trabalho para nada? Era o que mais faltava...Sou eu., a Janita, obviamente.
Agradeço a sugestão fotográfica. Já tinha identificado as suas mensagens.
EliminarUm abraço.