Foto do autor do texto
As rugas que ficam na alma
Há em ti
uma desproporcionada agressividade
vejo um dente de ouro a brilhar
é tal a tensão que as luzes
baixam de potência faiscando
e há um ranger das mãos até
partir o bico do lápis no fim do insulto
A fúria e a raiva acentuam
as rugas dos olhos
da boca
e da alma
Eu cá fico a ungir
o som das minhas palavras.
Há, nele, tudo o que dizes haver
ResponderEliminarFui consultar as minhas rugas
e elas me disseram
haver quem tenha rugas na alma
e até há quem tenha enrugado
o seu juízo
Fiquemos então a ungir
o som das tuas palavras
As rugas são o sinal do tempo, as da alma são o sinal dos sentimentos negativos.
EliminarO poema desta noite é tão, tão actual que até arrepia.
ResponderEliminarSentimentos negativos é mau, mas o juízo enrugado é muitíssimo pior.
E o dente de oiro (metaforicamente falando) não ajuda nada a ver com clareza o que se passa à sua volta 💙
É actual e será sempre actual enquanto houver gente que cospe fogo.
Eliminar:) O meu soneto de hoje cospe fogo, enquanto eu vou saudavelmente troçando de mim mesma... coincidências. O mundo está cheio delas...
EliminarPoesia que cospe fogo 🔥 agrada-me muitíssimo.
EliminarNão faz rugas nem enruga o juízo.
Este é o ambiente poético mais produtivo.
EliminarMotivos para ostentar rugas na alma que resultam em agressividade existem muitos mas é possível cuidar-se para não deixar que aconteça. Melhor sempre manter a calma. Abraços ;) https://botecodasletras2.blogspot.com/
ResponderEliminarA agressividade desde que contida é positiva
EliminarA agressividade contida pode desembocar na bomba atómica.
EliminarUm poema que retrata o tempo atual, que de um modo ou de outro não pode deixar ninguém indiferente. As rugas da alma só se atenuam com a paz.
ResponderEliminarAbraço e saúde
A Paz é um assunto do foro cultural.
EliminarSaúde, um abraço.
Quando a agressividade ultrapassar os limites da humana capacidade de contenção, o bico do lápis parte-se e a bomba termonuclear explode. A paz é um imperativo para a humana sobrevivência.
ResponderEliminarForte abraço, L.!
A Paz interessa como condição para o progresso e para a diminuição das desigualdades.
EliminarUm abraço.
Lidei com colegas com traumas do passado que os levaram a depressões (antes apenas malucos) que não percebia a razão de os porem ao pé de mim para lhes ensinar o trabalho. Aceitei na boa sem fazer perguntas e muito menos "porquê a mim e a não outro colega"! Por regra nunca perguntei a qualquer um ou uma a razão do seu estado de espírito, e muito menos da sua vida pessoal e a pouco e pouco foram-se abrindo comigo porque aperceberam-se que o que me contavam morria comigo e julgamentos no bota abaixo, nunca fiz e muito menos criticar ou dizer "calma, és fraco ou isso vai passar! Fui dando-lhes ferramentas do meu para tentarem ultrapassar. e na hora almoço que eu levava comer de casa e pelo menos três aprenderam a levar e ficávamos a conversar de tudo e por vezes riamo-nos de nós próprios o que aprenderam.
ResponderEliminarEste teu poema levou-me a esses tempos e aos tempos do autoritarismo dos anos 50/60/70 em que a violência exercida em casa sobre adultos e principalmente sobre os filhos era por demais já para não falar da maldita guerra colonial e na escola onde eu sofri horrores com um besta de uma professora , ironicamente com um dente de ouro que, me amarrava a mão esquerda à carteira só porque eu era esquerdina, para além das reguadas e nem te digo nem te conto o que lhe fiz...e que fugi!
Todos temos rugas na alma e o que disse não dizendo tudo são as "rugas da alma que invocas". As minhas jamais foram ungidas, mas compreendo perfeitamente o que dizes.
Felizmente tive uns pais excelentes que quando queriam discutir/falta iam dar uma volta.
Os tempos que correm ondes há guerras, fome, criminosos, corruptos etc, etc. penso muitas vezes nas crianças, jovens adultos e adultos como ficarão depois de passar. Traumas horríveis e a demência de políticos, presidentes, ladrões do quererem tudo e mais alguma coisa é por demais.
O que poderei fazer para alterar alguma coisa? fazer o bem e apoiar e dar esperança e um sorriso até onde os meus braços chegarem. E hoje já fiz o que podia.
Atenção que isto não é nenhuma lição moral o que abomino e que sempre me tirou do sério.
Hoje dou-te dois abraços e espero que aceites.
Boa tarde
Impressionou-me e confesso que me emocionou esta tua partilha de experiências que, sendo dolorosas e negativas, acabam por enriquecer a vida dos que sofreram. Uma vida repleta de acontecimentos incomuns que bem merecem a sua divulgação para que se saiba que houve quem passou por situações graves que marcam qualquer ser humano.
EliminarHoje não houve humor mas valeu a pena, na mesma, ter este comentário. Obrigado pela partilha.
Aí vão dois abraços também.
El odio y el rencor, puede amargar la existencia del que lo padece.
ResponderEliminarBesos
La vida de los que usan la violencia y de los que la sufren es amarga. Un abrazo.
Eliminar