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As rugas que ficam na alma

Há em ti 
uma desproporcionada agressividade
vejo um dente de ouro a brilhar 
é tal a tensão que as luzes
baixam de potência faiscando
e há um ranger das mãos até 
partir o bico do lápis no fim do insulto

A fúria e a raiva acentuam
as rugas dos olhos
da boca
e da alma
Eu cá fico a ungir
o som das minhas palavras.






18 comentários:

  1. Há, nele, tudo o que dizes haver
    Fui consultar as minhas rugas
    e elas me disseram
    haver quem tenha rugas na alma
    e até há quem tenha enrugado
    o seu juízo

    Fiquemos então a ungir
    o som das tuas palavras

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    1. As rugas são o sinal do tempo, as da alma são o sinal dos sentimentos negativos.

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  2. O poema desta noite é tão, tão actual que até arrepia.
    Sentimentos negativos é mau, mas o juízo enrugado é muitíssimo pior.
    E o dente de oiro (metaforicamente falando) não ajuda nada a ver com clareza o que se passa à sua volta 💙

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    1. É actual e será sempre actual enquanto houver gente que cospe fogo.

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    2. :) O meu soneto de hoje cospe fogo, enquanto eu vou saudavelmente troçando de mim mesma... coincidências. O mundo está cheio delas...

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    3. Poesia que cospe fogo 🔥 agrada-me muitíssimo.
      Não faz rugas nem enruga o juízo.

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    4. Este é o ambiente poético mais produtivo.

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  3. Motivos para ostentar rugas na alma que resultam em agressividade existem muitos mas é possível cuidar-se para não deixar que aconteça. Melhor sempre manter a calma. Abraços ;) https://botecodasletras2.blogspot.com/

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  4. Um poema que retrata o tempo atual, que de um modo ou de outro não pode deixar ninguém indiferente. As rugas da alma só se atenuam com a paz.
    Abraço e saúde

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  5. Quando a agressividade ultrapassar os limites da humana capacidade de contenção, o bico do lápis parte-se e a bomba termonuclear explode. A paz é um imperativo para a humana sobrevivência.

    Forte abraço, L.!

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    1. A Paz interessa como condição para o progresso e para a diminuição das desigualdades.
      Um abraço.

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  6. Lidei com colegas com traumas do passado que os levaram a depressões (antes apenas malucos) que não percebia a razão de os porem ao pé de mim para lhes ensinar o trabalho. Aceitei na boa sem fazer perguntas e muito menos "porquê a mim e a não outro colega"! Por regra nunca perguntei a qualquer um ou uma a razão do seu estado de espírito, e muito menos da sua vida pessoal e a pouco e pouco foram-se abrindo comigo porque aperceberam-se que o que me contavam morria comigo e julgamentos no bota abaixo, nunca fiz e muito menos criticar ou dizer "calma, és fraco ou isso vai passar! Fui dando-lhes ferramentas do meu para tentarem ultrapassar. e na hora almoço que eu levava comer de casa e pelo menos três aprenderam a levar e ficávamos a conversar de tudo e por vezes riamo-nos de nós próprios o que aprenderam.
    Este teu poema levou-me a esses tempos e aos tempos do autoritarismo dos anos 50/60/70 em que a violência exercida em casa sobre adultos e principalmente sobre os filhos era por demais já para não falar da maldita guerra colonial e na escola onde eu sofri horrores com um besta de uma professora , ironicamente com um dente de ouro que, me amarrava a mão esquerda à carteira só porque eu era esquerdina, para além das reguadas e nem te digo nem te conto o que lhe fiz...e que fugi!
    Todos temos rugas na alma e o que disse não dizendo tudo são as "rugas da alma que invocas". As minhas jamais foram ungidas, mas compreendo perfeitamente o que dizes.
    Felizmente tive uns pais excelentes que quando queriam discutir/falta iam dar uma volta.
    Os tempos que correm ondes há guerras, fome, criminosos, corruptos etc, etc. penso muitas vezes nas crianças, jovens adultos e adultos como ficarão depois de passar. Traumas horríveis e a demência de políticos, presidentes, ladrões do quererem tudo e mais alguma coisa é por demais.
    O que poderei fazer para alterar alguma coisa? fazer o bem e apoiar e dar esperança e um sorriso até onde os meus braços chegarem. E hoje já fiz o que podia.
    Atenção que isto não é nenhuma lição moral o que abomino e que sempre me tirou do sério.
    Hoje dou-te dois abraços e espero que aceites.
    Boa tarde

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    1. Impressionou-me e confesso que me emocionou esta tua partilha de experiências que, sendo dolorosas e negativas, acabam por enriquecer a vida dos que sofreram. Uma vida repleta de acontecimentos incomuns que bem merecem a sua divulgação para que se saiba que houve quem passou por situações graves que marcam qualquer ser humano.
      Hoje não houve humor mas valeu a pena, na mesma, ter este comentário. Obrigado pela partilha.
      Aí vão dois abraços também.

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  7. El odio y el rencor, puede amargar la existencia del que lo padece.
    Besos

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    1. La vida de los que usan la violencia y de los que la sufren es amarga. Un abrazo.

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