Inevitável
Havemos de esquecer
não juntos
cada um esquecerá a sua parte
como sempre fizemos
cada um a viver a sua parte
de tal modo que agora
acreditamos que será possível
Havemos de esquecer
ainda que nos custe a despedida
como se ainda fossemos os mesmos
como se já não tivéssemos
esquecido tanta coisa ___
___ esquecemos até que amar
era a resistência ao esquecimento.
Havemos de esquecer
___ lágrimas só quando estivermos
longe um do outro.
Este poema fez-me lembrar o romance do Nicholas Sparcks "O Diário da Nossa Paixão". Vi também o filme, mas o livo é mais intenso pelo poder que as palavras exerce nas nossas emoções, talvez.
ResponderEliminarAmanhã voltarei para lhe contar o porquê da semelhança. Hoje já é tarde e dói-me a cabeça.
Boa noite!
Muito bem, fica adiado. As melhoras.
EliminarBoa Noite.
Costumava dizer-se que, o que se faz à noite desmancha-se de manhã.
EliminarEste ditado popular já o ouvia da boca de minha Mãe que dizia tê-lo ouvido da boca de minha avó, portanto, bastante antigo.
Tão antigo que deveria ser do tempo em que se trabalhava à luz da candeia. De manhã, à luz do sol, viam-se os defeitos... :)
Mas como se desmancha a palavra dada? Ah...pois! Não o podendo fazer, o remédio que tenho é honrar a minha palavra...
Bem, para não me alongar mais, vou iniciar e terminar com o final do poema de hoje.
"Havemos de esquecer
___ lágrimas só quando estivermos
longe um do outro."
Este casal, do romance que mencionei, não só se manteve apaixonado e unido, desde que conheceram, como terminaram juntos os seus dias. A terrivel doença que rouba todo o passado, apoderou-se da Mulher, depois de mais de meio século de vida em comum. O homem permaneceu lúcido. Foi no pleno uso das suas faculdades mentais, que decidiu acompanhar a sua
amada para viver junto com ela, os seus últimos dias, na Instituição onde teve de a colocar. Como ela o não reconheceu, ele começa ternamente um processo apaixonante de conquista, como se nunca se tivessem conhecido...Nunca houve lágrimas de separação! :)
E pronto, para saber mais, pode ler o livro.
Um abraço.
Está honrada a sua promessa. Curiosamente com uma pequena história que tem algum paralelo com o texto de hoje, no entanto essa não foi a ideia do autor quando o escreveu.
EliminarNão conheço esse livro, aliás, esse autor de "milhões de livros vendidos" não faz parte das minhas opções de leitura. Esses êxitos de vendas, salvo raríssimas excepções, são indicativo de que não serão objecto do meu interesse.
Muito Obrigado, um abraço.
Obviamente que não foi esta a ideia do autor ao escrever o poema, nem poderia, pois não conhece o escritor que desdenhosamente denomina como "autor de milhões de livros vendidos"...
EliminarSempre aqui o ouvi dizer que o que estimula a sua vontade de continuar escrevendo são as emoções que os seus textos despertam nos leitores, nunca disse que os comentários teriam de «adivinhar» o que ia na mente do autor quando escreveu, pois não? E agora vem-me com esse arrazoado todo?
Acho que vou fazer umas férias deste espaço...é que o sossego parece ter ido também embora daqui...
Adeus, até ao meu regresso!
Não depreciei a sua interpretação do texto estabelecendo um paralelo com o excerto que mencionou, achei que poderia ser uma possibilidade.
EliminarQuanto aos "autores de milhões de livros vendidos" não desdenho mas não consumo, o mercado está repleto desse produto, a arte não é correr atrás dos milhões, daí a minha opção, mas respeito quem pensa diferente.
Fico a contar com a animação que sempre trás a este espaço.
Um abraço.
Não, eu não choro.Não adianta.
ResponderEliminarAs lágrimas nao se esquecem. Guardam se, para desconto posterior
ResponderEliminarÉ por isso que temos um "saco lacrimal".
EliminarOntem tivemos polémica sobre as flores 🌺
ResponderEliminarHoje temos polémica sobre as lágrimas.
Gostei da simplicidade do desenho … e especialmente “— esquecemos que até amar era a resistência ao esquecimento —“
A anónima das margens do rio Reno assina Teresa Palmira Hoffbauer para não haver confusão com outros anónimas, e termina com uma frase de Simone de Beauvoir:
“Em todas as lágrimas há uma esperança.”
É interessante quando a temática de uma publicação suscita polémica. Gosto destas mini-tertulias.
ResponderEliminarSe a Simone diz... quem sou eu para duvidar.
O Luís pode duvidar que eu não me zango, porque a frase não é minha!!
EliminarNas margens do rio Reno há sempre grande calma e sossego 💙
Juntos ou separados há quem não esqueça nem uma virgula do passado nem mesmo quando juntos se amaram, sem pensarem que a vida deve continuar e quantas vezes "gramamos" com essas frustrações? Cada ser humano reage à sua maneira e para mim o inevitável é a morte e as cínicas cenas fúnebres daí raramente ir a um funeral. Irei ao meu porque não tenho como fugir:)))
ResponderEliminarNão sou nada de chorar em frente de alguém que pode até não entender e ficar "marado(a)". Como diz o brasileiro "despejo" o saco junto ao mar ou até a ver um filme de colherinha de açúcar.
A foto é esquisita duas casas com arame pelo meio e dois lápis mas é condizente inteiramente com o teu poema.
Beijos e um bom dia
É verdade, nem sempre a memória se apaga.
EliminarTambém sou avesso a grandes e públicas manifestações de dor mas também de alegria.
Achei que a imagem tivesse alguma coisa a ver com o texto, pelos vistos isso é perceptível.
Bom Dia também, um abraço.
Há separações sem lágrimas e sem a imperiosa necessidade do esquecimento. Curiosamente, estou convicta de que, para estes casos, a esperança não faz qualquer sentido.
ResponderEliminarGostei tanto das duas casas cujos telhados foram coloridos tom sobre tom...
Forte abraço, L.!
A esperança pode indiciar uma errada avaliação da realidade e, sob o impacto de uma separação, a nossa lucidez não é total.
EliminarUm abraço.
No siempre se consigue olvidar, por mucho que te lo propongas.
ResponderEliminarBesos.
Sí, la memoria es lo que nos gobierna. Un abrazo.
EliminarInevitável as lágrimas nas despedidas, sejam elas amorosas ou não.
ResponderEliminarGostei do poema e desse 'debulhar de lágrimas' por aqui
que quase me afogo rsrs
Aquarela com os lápis aproximados ficou bem delicado e romântico,
tal como o aquarelista .
grande abraço, L
Bonito o seu comentário. Escondemos as lágrimas porque muitas são a nossa intimidade.
EliminarUm abraço.