A pequena ave que me espera
Foto de Ana Catarina Duarte
Esta é a minha casa
A minha casa
é pó e incompreensão
é bruma e música
é chão sem tecto
é caminho para além de nada
A minha casa
é uma cascata interrompida
um sol caído ao chão
um monólogo em voz alta
é Mozart e atum com feijão frade
A minha casa
é um café para dois
e uma chávena só para um
é a máquina a lavar sem memória
acordada semana sim semana não
A minha casa
é uma almofada incómoda por baixo da insónia
é a falta de mãos hábeis em concha
são as lágrimas a irem-se no banho
é pó e incompreensão.
Há uma pequena ave que me espera.
A fotografia faz lembrar a „casa“ de um sem-abrigo.
ResponderEliminarCom o sol no coração a pequena ave espera o músico e não o poeta.
O grande destaque da imagem é a pequena ave.
EliminarSem dúvida que a beleza da fotografia é a pequena ave.
EliminarTodavia, o saco e as garrafas dão-me a entender que é o pouso de um sem-abrigo.
A pequena ave espera Mozart, disso tenho eu a certeza.
Foto de um pormenor de uma roça de café no Quénia.
EliminarNunca imaginaria que fosse no Quénia com uma relva tão verde.
EliminarPreconceito de uma ignorante.
Teresa Palmira Hoffbauer
Julgo que não é relva, é apenas mato, com cardos à mistura.
EliminarHoje sou eu a falar de implausibilidade
ResponderEliminarQuem se expõe sujeita-se.
EliminarE os pássaros pousam felizes nessa casinha-,
ResponderEliminarabrigo de chuva e descanso de caminhantes., para 'além do nada'
Vou aceitar o café ,Luis.
Bom dia. Bom fim de semana.
EliminarUm abraço.
Um poema e foto que dói pra caramba porque tanta gente que cresce, vive e morre no meio do nada e mesmo assim sorriem sem se queixarem. E sim por vezes a única companhia é qualquer ave ou um cão.
ResponderEliminarBeijos e um bom sábado
Também me surpreende que haja lugares no mundo onde se vive miseravelmente mas as pessoas continuam alegres.
EliminarUm abraço.
Este Poema:
ResponderEliminarTem a força de uma cascata interrompida
A ternura de um café para dois.
Tem mãos hábeis de carícias doces.
Este Poema:
Tem a grandeza de uma casa simples,
que mesmo sem portas nem janelas
tem um telhado e um beiral convidativo
ao pouso de aves sem abrigo...
Bom dia.
Um abraço!
Um comentário em forma de poema, um género que aprecio, a criatividade despertada no leitor. "Das coisas nascem coisas" como disse Bruno Munari.
EliminarUm abraço.
Que fabuloso poema, L.!
ResponderEliminarFABULOSO!!!
Parabéns e o abraço de sempre!
Obrigado, a sua opinião conta.
EliminarSaúde, um abraço.
Conserta a sua casa e chama seu passarinho pra morar em paz com você.
ResponderEliminarna minha cabeça não casa essa imagem. Porque liberdade também tem teto e conforto pra viver
ResponderEliminarAgradeço os seus simpáticos conselhos. Não tenho animais domésticos.
EliminarComentário de VENTANA DE FOTO que recebi por mail :
ResponderEliminarSeguro que a ese pajarito, lo habrás estado alimentado todos los días y por eso siempre espera tu llegada.
Besos.
El pajarito es un hermoso extraño. Un abrazo.
EliminarBoa tarde Caro Poeta/Pintor
ResponderEliminarA minha casa pode ser um casebre, mas se uma ave me espera ,será sempre o meu palácio.
Foto em sintonia.
Bom domingo!
:)
Uma ave livre que nos espera é um momento mágico.
EliminarBom domingo.