Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Alguém disse o meu nome?
Um banco de jardim
é o lugar certo
para desdobrar as horas ___
___ ali se comem as palavras
os olhares são como arados
a desbravar a imagem
de um e de outro que passa
e onde nunca será
lançada a semente
Infértil e desajustado pensamento
que mói os dias
uns atrás dos outros
naquela tristeza silenciosa
de que já tinha ouvido falar ___
_____________________________
___ até uma ave no seu canto
parece ter dito o meu nome.
Comentário de Fatyly recebido por mail:
ResponderEliminarEstar sentado num banco de jardim é tudo o que dizes que resumo numa palavra: libertação onde a mente funciona melhor do que fechados em casa ou em pensamentos negativos. Gosto muito sobretudo de observar quem passa e por vezes sorrio a quem me cumprimenta. Esse banco de jardim é lindo e não está vandalizado o que em muitos daqui acontece e fico tão triste.
Beijos e um bom domingo
Mau é quando o banco de jardim é o último lugar da fuga à solidão e que ainda assim não acaba com ela, antes a aprofunda.
EliminarUm abraço.
Belíssimo poema, L.!
ResponderEliminarCuriosamente, foi na minha infância que mais me sentei a meditar em bancos de jardins vários...
Agora que o meu único percurso a pé não tem mais de 50 metros, só me sento quando o coração me dá sinais de estar a sentir-se mal, no regresso do café. Ficam os 50 metros repartidos em 40+10, o que já me aconteceu mais do que uma vez apesar de me parecer ridícula a verdade do que estou a escrever/dizer.
Mas, sim, "mau é quando o banco de jardim é o último lugar de fuga à solidão" .
Forte abraço!
Fazer de um banco de jardim um lugar de interrupção da velocidade da vida é uma possibilidade. Fazer de um banco de jardim um lugar de espera do que não virá é uma infelicidade.
EliminarUm abraço.
A perspectiva da fotografia é fantástica.
ResponderEliminarO POETA descobriu uma ave no velho tronco do carvalho a chamar pelo seu nome.
Poesia ou ficção?!
Palavras ao encontro do corpo jovem e fresco da rapariga que passa …
Em relação ao pequeno jardim da cidade e da solidão.
Tive essa experiência no jardim do Marquês do Pombal — bancos com pessoas tristes e solitárias.
Ainda tinham boas pernas, porque não dar uma caminhada para espairecer 🌳
Ouvir uma a ave a dizer o nosso nome é o mesmo que dizer que o gato ou o cão que temos em casa já fala connosco. A solidão confunde os sentidos.
EliminarTeresa Palmira Hoffbauer
EliminarOuvir uma ave pronunciar o meu nome é um acto poético.
EliminarAcredito que a solidão confunda os sentidos aos mais desprevenidos.
Estamos no verão, não no outono, quando cantam os grilos.
Felizes os que ouvem cantar os grilos, no sossego campestre.
EliminarNo sossego urbano do meu jardim 🦗
EliminarTambém tenho um com a mesma classificação... mas não há sossego por causa dos grilos humanos.
EliminarAliás, são mais baratas.
EliminarComentário de VENTANA DE FOTO que recebi por mail :
ResponderEliminarEs un lugar muy adecuado y que se presta mucho para las confidencias.
Besos.
A veces lugares de tristeza. Un abrazo.
EliminarApenas um banco e muitos e muitos pensamentos. Lugar para repouso e para quem não tem outro para se instalar. Lugar de observação e também de solidão. Abraço.
ResponderEliminarÉ isso, exactamente. Às vezes um lugar triste.
EliminarUm abraço.
Um banco de jardim pode ser o mais leal dos amigos. A um já confidenciei tristezas e alegrias... ele não se queixava e eu voltava.
ResponderEliminarBeijo.
(Lindas fotos do Daniel Filipe.)
Um banco de jardim como lugar de culto... na ausência de melhor.
EliminarUm abraço.
caro Poeta/Pintor
ResponderEliminara foto do Daniel Filipe Filipe está muito boa, pois é original, e é por só aparecer essa parte do banco e não o banco todo.
o seu poema é belo e acho que todos nós alguma vez achamos que alguem chama o nosso nome, e não é real.
eu costumo dizer que os bancos de jardins são guardadores de segredos, e acho que tenho razão.
boa tarde
;)
Também apreciei a forma como foi fotografado o banco de jardim.
EliminarOs bancos de jardim, lugares de recato.
Um abraço.