Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Da série "Poemas do futuro"
Levem-me
Não sei como voltar para casa
não tenho a certeza do caminho ___
___ há quem me queira guiar
diz que é meu filho
não sei bem o que é ser filho
a sua cara é de alguém que conheci
há muito tempo
Todos querem que eu lhes diga o meu nome
e eu sei lá como é um nome
muito menos o meu ___
___ como se os pudesse ouvir
no meio desta multidão de silvos e gritos
que trago na cabeça
que me fazem ficar calmo ___ assustado
Deixem-me assim sem peso
para que não me lembre
que não me lembro de nada
Não falo porque não sei as palavras
não choro porque não sei as lágrimas
não morro porque não sei como se faz
Por favor, levem-me para casa!
Lisboa 2037
O poema futurista espelha bem o drama actual de tantos idosos que são depositados em instituições e, lentamente, sentem a memória a fugir-lhes. Só o calor do seu Lar persiste.
ResponderEliminarInterpretação correcta.
EliminarUm poema duro sobre uma realidade dramática. Um murro no estômago. Durante um ano acompanhei a minha mãe num lar e jamais esquecerei o que vi.
ResponderEliminarPudéssemos nós adivinhar o que nos espera e melhor seria...
Luis, acabei de receber o seu miminho outonal. Lindo, lindo, agradeço de coração... a rejubilar de alegria.
Beijo, bom fim-de-semana.
A partilha do Outono está chegar aos destinatários.
EliminarUm abraço.
um poema forte e pesado.
ResponderEliminarnão seria se eu o lesse apenas como um trabalho poético.
mas, é um poema em que as palavras retratam uma realidade que lemos e vemos no dia a dia.
acho que os seres menos jovens deviam ter mais ajudas e respeito por todos incluindo o nosso Governo.
continuação de bom domingo.
:(
Um poema para os que se encontram perdidos.
EliminarUm abraço.
Gostaria muito de conhecer o livro . Extraordinário poema. Obrigada.
EliminarUm espaço de poesia, raro.
ResponderEliminarEste seu poema está disponível em alguma publicação que possamos encontrar?
Voltarei a estas leituras.
Um abraço,
Paulo Medeiros