Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Abandono
Há vinho entornado
sobre a toalha branca
e restos de pão
sobre a toalha branca
ficaram as palavras
nos copos vazios ___
___ à minha mesa
já faltam todos
Há em mim uma sensação
de abandono apesar de tantas
vozes risos e cânticos
terem estado
sobre a toalha branca
Concentro o meu olhar
numa laranja
no centro da toalha branca
e envio à minha mente
um pedido de socorro
ponto ponto ponto
traço traço traço
ponto ponto ponto
olho-me então
à margem de mim
e prometo nunca mais
me deixar ficar ao abandono
responderei a uma voz
que me chamar.

Bom dia
ResponderEliminarE não é que surgiu uma lágrima no canto o olho.
A foto fez me lembrar um negativo dos rolos fotográficos dos quais poderíamos revelar novas, quando assim o quiséssemos .
Mas a vida é assim mesmo. (SOMBRA)
JR
Bom dia Caro Joaquim
EliminarTomo essa sua lágrima como nota positiva à minha publicação de hoje.
Reconheço essa semelhança com os negativos fotográficos.
Um abraço.
Ir ao passado é tramado e ao ler-te acho que sofres muito com a solidão e de uma casa cheia todos voaram para as suas vidas.
ResponderEliminarDou-te um remédio vai lavar as nódoas do vinho da toalha branca...acho que estaria horas bem distraído:))))
Gostei do poema recheado de sombras tal como a foto!
Beijos e um bom dia
A toalha e a louça já deram entrada nas respectivas máquinas.
EliminarUm abraço.
Truz, truz, truz...está alguém em casa?
ResponderEliminarEstá sempre alguém por aqui.
EliminarGostei bastante. Obrigada pela partilha!
ResponderEliminar.
Gostaria de pintar o meu imaginário.
.
Beijos. Uma excelente semana.
" R y k @ r d o " deixou um novo comentário na mensagem "":
ResponderEliminarIntenso, profundo, para introspeção e reflexão, sobre a solidão e o silêncio. Gostei muito da "desfocada" foto e da poderio do poema
Cumprimentos
Muito obrigado.
EliminarCumprimentos.
Elvira Carvalho deixou um novo comentário na mensagem "":
ResponderEliminarEngraçado, quando eu era menina, dizia-se que vinho entornado na toalha, era sinal de felicidade, mas este poema é tudo menos feliz. Ele descreve a solidão do ninho vazio. A solidão é lixada, amigo poeta. Ela mata mais que muitas guerras. Agrada-me a parte final do poema pela esperança que comporta. A imagem parece a maneira como eu vejo o que me rodeia nos dias em que estou pior dos olhos.
Abraço e saúde
Chega o dia em que há muitos lugares vazios à mesa.
EliminarUm abraço.
Meu amigo e Caro Poeta/Pintor
ResponderEliminarum poema forte, e realista, duro e que me causou um certo desconforto.
a solidão imposta, depois de todos deixarem o ninho.
a casa que se tornou enorme e onde tudo está vazio.
a mesa que se transformou e parece que ficou maior.
talvez um dia alguém aparece e a ajude a suportar a solidão.
escolheu muito bem a imagem em desfoque para acompanhar este trabalho.
um abraço redondo sem palavras mas cheio de carinho.
:)
Este é o inevitável caminho do tempo que se move.
EliminarObrigado. Um abraço.
Na toalha branca ficaram marcas de alegres, esplêndidos, inesquecíveis momentos.
ResponderEliminarUm brinde à vida, Luis.
Beijo.
Brindemos então, à vida.
EliminarUm abraço.
VENTANA DE FOTO deixou um novo comentário na mensagem "":
ResponderEliminarEn ella han quedado marcadas las huellas de las personas que han pasado por tu vida.
Besos
Las marcas de la presencia de los que se han ido. Un abrazo.
EliminarAceitarias vir se fosse a minha voz a chamar-te?
ResponderEliminar(se vieres, traz a branca toalha)
Responderei a quem me chamar... sem toalha.
EliminarUm sinal em S.O.S
ResponderEliminarIrá!
Ou talvez alguém vá ao seu encontro....
Existe neste poema um Código de Morse.
Bem retratados estão na poesia esses lugares vazios que cortam a direito que até dói e a dado momento arranjei em pensamento e para minorar o que já estava" vivendo" na minha divagação, uma mesa ajustável, toalha ajustável e acabei por voltar à realidade das marcas sobre a toalha. Custa a adaptação, e é assim que tem sido, porque tem de ser.
ResponderEliminarÉ sempre um bom momento passar por aqui, mesmo quando é a doer!
Um kandando .