Foto de Daniel Filipe Rodrigues




A minha casa corpo


Algo acontece 

para que me tremam as pernas

assim

     a construção parada de uma casa

     pratos e copos que se partem

     uma travagem como um grito

     pontapés numa porta fechada

     uma facada puritana no Courbet


Algo acontece 

para que me tremam as pernas

assim

os alicerces da minha casa corpo 

colapsam

a esperança cai-me das mãos 

encurta-se o olhar

fica de noite e apenas se ouve

o canto compassado do farol.




 

8 comentários:

  1. Deixe as facadas para os puritanos na Flórida.
    Ame "L'Origine du Monde" que está à sua espera em Paris.
    Eu abandonava-me a olhar a beleza da fotografia.
    E tu POETA derivavas no incerto,
    No inseguro de ti,
    Dos sentimentos ...

    ResponderEliminar
  2. Aprender a amar o corpo é fundamental. Apesar da dor, angústia, desânimo, há que contemplar o sol e a natureza e sentir que estamos integrados no envolvente. Esse envolvente natural, faz-nos sistematicamente um apelo intenso à VIDA.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Saúdo este seu primeiro comentário no meu blog.
      Pensar positivo mas sem deixar de ver o que é real, talvez ajude neste nosso caminho.
      Muito Obrigado.

      Eliminar
  3. E a minha mão treme na sua mão L ao ler seu poema-dia;
    _ esse ritual que seus leitores ávidos ,vem buscar inspiração .
    Obrigada e grande abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito elogioso este seu comentário. É um incentivo.
      Obrigado.
      Um abraço.

      Eliminar
  4. Las fuerzas, parecen que nos abandonan, en determinados momentos y pareces que vas a caer redonda al suelo, pero un buen día te levantas con determinación y ves que estás llena de energía, para afrontar todo lo que tiene que venir.
    Besos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Es cierto que hay días en los que todo está oscuro, pero al día siguiente todo parece más fácil. Un abrazo.

      Eliminar