Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Sou
Sou no meu desenho externo
a aparência desfocada
do meu desenho interno
para que não se perceba
de quantas partes me constituo
sou com o meu corpo
as vestes de mim próprio
a minha própria ocultação
espero ser compreendido
por não exibir a minha nudez
mostro-vos os poemas ___
___ ou seja ___
___ mostro-vos a minha
intimidade possível
depois fico mudo
e fecho os olhos controlando
as crises de insónia
com o despertador programado
para as sete da manhã.
Li e reli e achei que te escondes/desabafas/escreves a tua insegurança devido às pancadas da vida. A meu ver nunca contrario o teu modo de ser porque respeito o que és e jamais pedir mais!
ResponderEliminarO poema e a foto levou-me a sentir o que escrevi!
Beijos e um bom sábado
AUTOPSICOGRAFIA
EliminarO poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
Fernando Pessoa
Um abraço.
Cada um com a liberdade dos seus gostos... respeitáveis.
EliminarUm abraço.
A foto fechada é assustadora. Dá para imaginar tudo e mais alguma coisa que esteja para além da exígua janelinha .
ResponderEliminarO poema reflete um estado de alma que, caso não fosse na forma poética, seria preocupante.
Gostei
Um Sábado feliz
A poesia é sentimento.
EliminarBom fim de semana.
Um abraço.
Mostrar a intimidade possível através do poema, é tanto, meu Amigo Luís. Tudo o resto é uma extensão daquilo que a alma sente. Belíssimo poema.
ResponderEliminarTudo de bom.
Um beijo.
Vamos até onde a habilidade e o recato nos permitem.
EliminarUm abraço.
Gostei imenso tanto da fotografia quanto do poema que confessa mostrar a intimidade possível.
ResponderEliminarNem sempre falo de mim, nos meus poemas, mas quando falo de mim, não finjo. Nem finjo quando me levanto em nome dos que nada têm. Não creio que Pessoa se considerasse um poeta fingidor. Creio sim que sabia que as diferentes leituras de cada poema são inevitáveis e são elas que transformam o poeta num fingidor, por serem tão diversas.
Forte abraço, L.!
De acordo com tudo o que disse mas, há ocasiões em que nem nós sabemos o que deveras sentimos.
EliminarUm abraço.
Para isso - e não só, clero! - servem os poemas, L. : Para descobrirmos o que sentimos quando não estamos muito seguros di
Eliminarum poema onde a fotografia tenta acompanhar o poema na sua intimidade (im)possível.
ResponderEliminara leitura de cada leitor é da responsabilidade de quem lê como quiser.
belo poema.
bom fim-de-semana.
:)
Certo, cada um a interpretar com toda a bagagem que trás consigo.
EliminarUm abraço.
Um poema magnifico onde se auto-analisa ou será como Pessoa?
ResponderEliminarBeijinhos e bom fim de semana.
Ailime
Ainda não nos descobrimos completamente a nós próprios.
EliminarUm abraço.
Gosto tanto do poema como da fotografia.
ResponderEliminarUma simbiose brilhante.
Arrepiei-me com o despertador programado para as sete da manhã.
Hoje fui obrigada a levantar-me às sete da manhã.
Detesto levantar-me cedo.
Eu sou uma coruja e não uma cotovia.
Valido o seu comentário.
EliminarTambém eu me arrepio com o despertador a tocar às 7 da manhã.