Foto do autor do texto
A minha rua
Na minha rua ao fim do dia
é tal o silêncio que me custa a crer
ser um lugar habitado
é tão profunda a quietude
que um velho que passa ao longe
curvado e lento mais acentua
o negrume das horas
tomo então nota de cada quebra de silêncio
um choro breve de criança
ao cimo da escada
uma motorizada enérgica
ao longe a esvair-se
um cão a ladrar às sombras
no eco de um jardim
Na minha rua ao fim do dia
é tal o silêncio que me custa a crer
ser um lugar habitado
é assim que mato a falta de poesia
na minha rua ao fim do dia ___
___ mantendo-me vivo e
fazendo um poema.
Desvendei a magia do poema e da fotografia, que estão em absoluta sintonia.
ResponderEliminarGrandiosa publicação.
Boa noite 🌙 ainda das margens do rio Reno.
Um comentário que anima o autor, neste silêncio instalado na minha rua.
EliminarBom dia. Não me parece ser assim uma rua tão desabitada e titular de tanto silêncio. Um velho, alguém numa motorizada, uma criança que chora mas que, certamente, não estará sozinha um cão, e o fotografo/poeta. (rsrssrsr)
ResponderEliminarClaro que gostei de ver e ler o poema
Uma sexta feira feliz
As metáforas. Esses são os sons que sublinham o silêncio.
EliminarUm abraço.
A quietude da tua rua conjugada com a foto está algo soberbo e que gostei muito. Parabéns!
ResponderEliminarJá não posso dizer da minha rua pela enorme poluição sonora de carros e mais carros e não só!
Beijos e um bom fim de semana
A poluição sonora é pior que o silêncio profundo.
EliminarBom fim de semana.
Um abraço.
PS: faltou na segunda linha...dzer "o mesmo"! As minhas desculpas!
ResponderEliminarEm perfeita sintonia com essa rua estreitinha, que vai direitinha desaguar à Ribeira do Porto, tão castiça, tão reconhecível, só mesmo um excerto das Avé Marias, de Cesário Verde, podem fazer jus a esta publicação.
ResponderEliminarNas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Douro, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.
O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba
Toldam-se duma cor monótona e londrina.
Batem carros de aluguer, ao fundo,
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!
Ocorrem-me em revista, exposições, países:
Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!
Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros.
E evoco, então, as crónicas navais:
Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado
Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado
Singram soberbas naus que eu não verei jamais!
(...)
(Anónimo, mas pouco...)
Rua de fácil identificação. Agradeço o envio do poema.
EliminarBom dia
ResponderEliminarPoema que nos consola ao fim do dia ou a qualquer hora do mesmo.
JR
Como disse alguém com humor "é preciso é acordar vivo".
EliminarUm abraço.
Belíssima fotografia a ilustrar um poema que lhe devolve a poesia nocturna...
ResponderEliminarA minha rua, não é uma rua, é um passeio no qual os carros não circulam. Alguns amigos meus e um bombeiro que sabia o que fazia, não devolveram a poesia ao meu passeio, mas ao conseguirem que a VMEER lá chegasse a tempo, devolveriam, tempos depois, esta poeta ao seu passeio.
Agora a VMEER não tem forma de cá chegar, todas as entradas estão bloqueadas por pilaretes e só os bombeiros têm a chave de um dos pilaretes. Já foi feito um abaixo assinado contra os pilaretes, mas nada mudou até agora. Espero que nenhum habitante deste Passeio Vitorino Nemésio sofra um enfarte ou um AVC antes de os pilaretes serem removidos. A VMEER existe exactamente para este tipo de acidentes.
Forte abraço, L.!
Afinal a minha rua, mesmo tão silenciosa, é um lugar valioso.
EliminarUm abraço.
Foto e poema em sintonia perfeita com o silêncio e a solidão. Gostei de ver e ler.
ResponderEliminar.
Saudações cordiais e poéticas.
Feliz fim de semana
.
E eu agradeço a simpatia do seu comentário.
EliminarSaudações, saúde
e bom fim de semana.
Miradas desde mi lente deixou um novo comentário na mensagem "":
ResponderEliminarSi fuera una calle ruídosa, habría que poner doble cristalamiento, para evitar que el ruído penetre en el interior de la casa. En el silencio, se puede escuchar muy bien la música de tu preferencia.
Que tengas un buen fin de semana. Un abrazo
Muy buena sugerencia tener ventanas de doble acristalamiento. Esperaré a que el presupuesto financiero permita esta inversión. Un abrazo.
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