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Manhã 

Leio-te no olhar um certo desespero

ou tristeza antiga ___ não sei bem

mesmo quando sorris

o fazes com timidez

para que não te devassem

o lugar mais interior da tua boca


pelo que te conheço 

talvez pese na tua austeridade

os que perdeste de vista ___

___ e aqueles que se suicidaram

foram apenas navegantes

como tu

sem navio de jeito

sem bússola

sem mapa

sem faróis à vista


Este é o diálogo em silêncio 

comigo próprio diante do espelho

nas manhãs mais propícias 

à inutilidade dos meus actos.




 

7 comentários:

  1. Boa noite meu querido amigo Luís. Obrigado pela visita e comentário. Grande abraço do seu amigo carioca Luiz.

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  2. Gostei do poema.

    Não consegui perceber se é uma escultura ou se uma pessoa.

    Boa tarde e saudações cordiais

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    1. Muito obrigado.
      É uma escultura, um busto de um desconhecido.
      Saúde, um abraço.

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  3. Um poema intenso...(melancólico)! Adorei :)
    .
    O recomeço é a urgência...
    .
    Beijos, e uma boa noite.

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  4. Boa tarde Caro Poeta
    Um poema muito melancólico.
    Boa semana com saúde .
    :)

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