Foto de Ana Luís Rodrigues
Gravar na memória
Não preciso de rasgar ou queimar
as tuas cartas e as fotografias
apenas com uma tecla
elimino o arquivo que tinha guardado
com o teu nome
depois
acabarei com o que resta de ti
roupas
livros
flores
e cabelos por aqui e por ali
lavarei todas as roupas da minha cama
mas não só
vou desfazer-me delas
com um ritual de descrença ___
___ depois de lavadas
vou recortar pedaços
em forma de coração
a que largarei o fogo
naquela zona recôndita da praia
onde ___ no passado
respirávamos com o corpo todo ___
___ cada espiral de fumo
será como se o teu corpo se esfumasse
de modo a que nunca mais
eu te possa encontrar
assim será
para que eu nunca mais te possa esquecer.

Não adianta desfazer o quer que seja para esquecer o quer que seja, já que é na memória(humana) onde se guarda em gavetas. A foto é linda e gostei do teu poema no teu registo própio do qual não sais!
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
Por vezes, o que queremos mesmo, é não esquecer.
EliminarBom Dia.
Um abraço.
Gostei muitíssimo deste poema com um final perfeitamente inesperado... ou talvez não...
ResponderEliminarUm forte abraço, L.!
Concordo, o final é inesperado. Os nossos sentimentos também o são, por vezes.
EliminarUm abraço.
Não, o final não é inesperado — é sim, a cereja em cima do poema.
ResponderEliminarComo eu gosto de passear à beira-mar do norte com botas de borracha.
A fotografia tanto pode ser na Holanda como na Bélgica ou até mesmo na Alemanha 🇩🇪
É na Holanda.
Eliminar© Piedade Araújo Sol (Pity) deixou um novo comentário na mensagem "":
ResponderEliminarboa tarde
depois de tantos anos a saudade a marcar presença.
um belo poema de amor.
resto de dia feliz.
:)
A saudade exprimindo-se de forma diferente.
EliminarUm abraço.
Nossa memória afetiva sempre será uma linda lembrança.
ResponderEliminarE esse amor que deixou sequelas ,L
Há memórias que não queremos eliminar.
EliminarUm abraço.