Foto do autor do texto tomada do canal Mezzo


 

Madrid há vinte anos


Conhecemo-nos 

desde que lia poesia naquele bar em Madrid

faz vinte anos que morri 

como um espectro visito o lugar 


disse-se de mim artista misantropo

e por isso são poucos os que me lembram 

em vinte anos tanta coisa aconteceu contigo

na minha ausência 

reconheço-te ainda sentada

na mesma mesa no lugar de mais penumbra

sento-me contigo depois de me teres chamado

aceitei o teu contributo que me passaste 

discretamente ao apertares a minha mão 

como uma mensagem que mudaria a minha vida

senti necessidade de fazer a mim próprio 

este relato deste momento para te homenagear


ontem morreu um poeta

hoje morreu um poeta

amanhã morrerá um poeta

mas a poesia continuará viva

e tu também 

como um espectro ausento-me do lugar 

e levo-te comigo. 





10 comentários:

  1. Só quem gosta de poesia poderá pensar isso.

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    1. O meu comentário desapareceu, no entanto, ainda deu tempo a uma resposta do poeta‼️

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    2. Que coisas estranhas acontecem nesta plataforma Blogger.

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    3. Consegui recuperar o seu comentário, fica fora da ordem mas fica vivo na mesma.

      Teresa Palmira Hoffbauer comentou em "(Sem nome)"
      Há 2 dias
      “Importante é a poesia”
      O resto é insignificante.

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  2. Recordar é viver
    .
    Saudações cordiais e poéticas
    .

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  3. Boa tarde Luís,
    Um poema de memórias muito belo.
    A poesia sempre resistirá ao tempo.
    Beijinhos,
    Ailime

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    1. Sempre alguém continuará a usar as palavras na procura do belo.
      Um abraço.

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  4. Não acredito na morte dos poetas. Assim como a poesia sempre viverá. Abraço.

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    1. A poesia existirá porque os poetas que morrem deixam cá a sua vida.
      Um abraço.

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