A imprevisível loucura
A inesperada razão de um regresso
sem nada de original a empurrar a vontade.
A coincidente chegada da chuva
fustigando a minha casa num ruído contínuo,
os lábios do tempo a murmurarem
os números dos dias e a sua finitude urgente,
nas paredes as aguarelas de quando
tudo era erguido com entusiasmo
em que loucura era vibração,
música,
sentimento.
O regresso às páginas marcadas
dos vários livros interrompidos
fechados pela mão branca da doença
e o regresso sem nada de original
à loucura obscura deste tempo alvoroçado
que não previ.
Terei tempo para recolher os gestos
das paredes vencidas pela demora
que a matéria leva na sua transformação.
Sento-me à porta da minha casa
e sorrio a ver partir as andorinhas.
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Esplêndido poema, L.!
ResponderEliminarAs andorinhas partirão sem nós... Viu-as, ao menos? Eu não as vejo há mais de uma década. Nem quando as canto as consigo ver...
Forte abraço!
Eu vejo-as sobre a minha casa... aos gritos umas com as outras.
EliminarUm abraço.
O que ainda espero ver, são algumas formigas com asas translúcidas. São as rainhas que nascem aos milhares, em Setembro... Muito poucas sobreviverão porque cada comunidade só precisa de uma rainha.
ResponderEliminarQuando levava as minhas filhas à escola, de manhã, podíamos ver verdadeiros enxames de rainhas saindo apressadamente da terra húmida...
Outro abraço!
Enxames de formigas de asa... nunca vi.
EliminarUm abraço.
Todo tiene su ciclo y las golondrinas retornarán de nuevo.
ResponderEliminarUn abrazo
Cada primavera siempre espero a que vuelvan las golondrinas. Un abrazo
EliminarSorri Poeta/Pintor
ResponderEliminarAs andorinhas voltam na Primavera.
Um poema muito nostálgico.
Deixo um abraço.
:)
Elas sempre voltam.
EliminarUm abraço.