Foto de Daniel Filipe Rodrigues



Sem assento


Jogamos todos à dança das cadeiras

um a um vão ficando sem assento

até chegar a tua vez quando 

deixei que te sentasses ao meu colo


espero que retribuas quando

eu for um velho sem lugar.





16 comentários:

  1. Teresa Palmira Hoffbauer13 de novembro de 2023 às 00:22

    A viagem a Jerusalém — é eliminado quem se senta no colo.
    A perspectiva da fotografia é como sempre fenomenal.
    Nesse banco há sempre um lugar para a POESIA.

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    1. Desconheço as condicionantes da viagem a Jerusalém.
      Só não há lugar para a poesia nos bancos... financeiros.

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    2. Teresa Palmira Hoffbauer13 de novembro de 2023 às 00:48

      Na viagem clássica a Jerusalém, as cadeiras são colocadas em círculos. Enquanto a música estiver a tocar,, todos os jogadores andam ao redor das cadeiras. Assim pára a música, todos tentam sentar-se numa cadeira o mais rápido possível. Quem sobrar é eliminado. Jogo imprescindível numa festa de aniversário infantil.

      Eu sei, que o jogo não tem nada a ver com o poema, mas ao lê-lo foi daquilo que me lembrei.

      Não sei, se não há lugar para a poesia nos bancos financeiros, mas há de certeza no coração dos banqueiros — o meu avô paterno era banqueiro.

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    3. Esse jogo das cadeiras, que se joga em criança, é exactamente o que refiro no meu texto.
      Os bancos financeiros e o coração dos gananciosos que os dirigem não são lugar de poesia, o seu avô seria uma excepção.

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  2. Muito bom! Voltei às minhas raízes e aos tempos que tomava conta das netas. Há bancos e bancos e será sempre o vira-o-disco e toca o mesmo sobretudo aqueles geridos por gananciosos!
    Beijocas e um bom dia

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  3. Um banco de jardim faz-nos ver tudo de forma diferente e recordar algo distante. Quando em criança jogava o jogo das cadeiras nunca havia um colo para quando eu ficava sem lugar. É uma ideia bonita que bem se pode aplicar à vida. Que todos os que envelhecem encontrem um sítio confortável para descansar. A fotografia é muito sugestiva.
    Tudo de bom, meu Amigo Luís.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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    1. Estamos todos à espera de retornar a um colo.
      Boa, semana.
      Um abraço.

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  4. Bom dia
    As cadeiras por norma têm onde a gente se encostar , já os bancos raramente têm encosto mas a intenção da poesia é mais bonita que isso tudo.

    JR

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    1. É verdade, os bancos não têm encosto para ninguém a não ser para os que já têm encosto.
      Um abraço.

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  5. Quero um banco assim
    lá no meu jardim
    onde as flores
    vão aparecendo
    esquecidas
    da proximidade do Inverno
    do nosso descontentamento

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  6. Belo poema.
    Todos desejamos retornar ao colo, no banco do jardim o tempo se desfaz.
    Uma semana feliz

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  7. Voltei à infância, mas ... nunca tive nenhum colo.
    As cadeiras estavam ocupadas e era o fim...para mim.
    ;)

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