Foto de Daniel Filipe Rodrigues



Relação do tempo com o espaço 


Estou outra vez numa noite diária 

sem intervalos ___ encerrado num quarto

demasiado pequeno para recordações 

que sempre rejeitei

tenho de novo uma avidez de silêncio 

que me encerra num cubo demasiado pequeno 

e num escuro tão denso 

que abrir os olhos é um esforço ___ 

___ instante a instante. 

é o mais pequeno espaço de tempo na relação 

com o mais pequeno espaço sem tempo 


Eis o que vos mostro aqui

um homem preso na sua liberdade.



 

18 comentários:

  1. "Eis o que vos mostro aqui
    um homem preso na sua liberdade"
    Não mostras nenhuma novidade
    2/3 da humanidade está presa assim

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    1. Assim sendo, dou voz aos prisioneiros na sua liberdade.

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  2. Narras a realidade de muita gente o que me incomoda e entristece imenso.
    Abraços e um bom dia

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  3. Não deixe, lute. Comece pelos pequenos corredores, depois siga até à sala, experimente abrir a porta e sair, se a luz for demasiada fique por um tempo curto no exterior, depois nova incursão...entre avanços e recuos há caminho.

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    1. Há caminho, é verdade, mas às vezes, parece vão todos parar ao mesmo sitio.
      Um abraço.

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  4. Sou uma mulher presa na sua liberdade?
    Há musicalidade e poesia na frase.
    O problema é que não compreendo a mensagem do poeta.
    O rebuliço natalício 🤶 deixa-me um tanto estúpida.
    Melhor assim, pois não me atrevo a aconselhar o poeta no seu caminho …

    Que a fotografia me encanta, já não é novidade nenhuma.

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    1. A mensagem poderá ser uma ou outra consoante o leitor se sinta tocado por um ou outro verso. Pelo menos uma frase mereceu a sua atenção, é o bastante.
      De fotos tenho um acervo razoável.

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  5. Este seu magnífico poema quase me esmagou, L.

    Passei estas últimas décadas a aprender a viver presa na minha liberdade e sei quão difícil foi essa aprendizagem. No entanto, também sei que os poemas podem fazer-nos olhar o momento presente com olhos de lupa.

    Quase todos nós estamos presos na nossa liberdade embora a maioria nem sequer dê por isso...

    Fico como a Teresa: não me atrevo senão a apreciar a beleza e a musicalidade do que li.

    Um forte abraço!

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    1. E o seu comentário é suficiente para dar vida ao que escrevi. Obrigado.
      Um abraço.

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  6. Essa relação tempo/espaço lembra-me "L' Écume des Jours", de Boris Vian.
    Sinto a mesma aflição e o mesmo sufoco ao ler este seu poema. Os dois
    últimos versos, o corolário de tudo o que foi dito atrás.
    Poema com uma cadência digna de nota.
    Um abraço
    Olinda

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    1. Os seus comentários são sempre elogiosos e benevolentes e isso estimula o autor.
      Muito Obrigado.
      Um abraço.

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  7. Peço desculpa por vir apenas pedir-lhe que me responda a um pedido que lhe fiz por mail, mas agora o Sapo cortou a minha liberdade de me apropriar de imagens não autorizadas com assinatura em papel de vinte e cinco linhas... Outro abraço, L.

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    1. Respondi com gosto ao seu mail e o seu pedido só me honra.
      Um abraço.

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  8. Cidália Ferreira deixou um novo comentário na mensagem "":

    Numa breve passagem.
    Que nunca nos falte a esperança e vontade de lutar. 🌲...Feliz Natal...🌲

    Para todos os meus leitores, comentadores, amigos e seus familiares, um Santo e Feliz Natal, com Saúde e Paz. [Por falta de tempo deixo copypast. Peço desculpa.]

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  9. Retribuo os seus votos, Bom Natal e Felicidades.
    Um abraço.

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  10. PAULO TAMBURRO. deixou um novo comentário na mensagem "":
    Escrevi no meu blog FALANDO SÉRIO um texto para o qual solicito sua atenção.
    " Saímos de casa e não sabemos se iremos voltar, pois, o sagrado direito de um trajeto para o trabalho pode significar uma sentença de morte. Nossas ruas e nossos bairros estão assim. E no mundo como estamos?"
    Vamos refletir juntos?
    Um abração carioca

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