Aniversário
Todos os dias te encaras a ti próprio
uma nuvem aromática de café preenche-te
quando te olhas no espelho
todas as manhãs depois de te barrares
com o after shave gel
ouves uma voz de mulher que diz
estou cansada
vês no espelho que a mulher
passa por detrás de ti com duas malas
há um halo sobre a sua cabeça
uma gota de sangue resvala
e cai dos teus lábios no branco do lavatório
o corte sublinhou a mensagem
daquela mulher
da tua mulher
da mulher que julgavas tua
a voz dela ficou na casa faz cinco anos
que a ouves sempre neste dia
hoje mais forte daí o sangue
faz cinco anos que quiseste responder
mas não foste capaz
estavas cansado
pensas
não sou mais do que um rosto
pensas
o amor existe mas não tem nome
pensas
o amor é uma mãe amamentando
não mais do que isso
o aroma do café acorda-me do enigma
agora percebo porque nas despedidas
a boca me sabe sempre a sangue.
Bom dia
ResponderEliminarDiria: Um pouco sangrento mas quiçá , porquê?
JR
Bom dia
EliminarSangue é sofrimento.
Um abraço.
a palavra sangue arrepia-me
ResponderEliminarmas
a palavra sangue em vez de morte
pode ser vida.
Nem mais... concordo.
EliminarHá épocas do ano em que as ausências doem mais.
ResponderEliminarRecordá-las trazem interrogações que pensávamos
estar bem escondidas dentro de nós.
A saudade ou o vazio instala-se...
Um abraço
Olinda
Essa é uma realidade que se constata, sobretudo nesta época do ano.
EliminarUm abraço.
O aroma do café ☕️ acorda-me todas as manhãs.
ResponderEliminarA boca não me sabe a sangue 🩸 mas sim, a doce de laranja.
Lindíssima fotografia.
Provavelmente a cozinha de um museu da região.
O aroma do café, de manhã, conforta-nos.
EliminarA imagem é de uma cozinha na Dinamarca.
A cozinha é tipicamente dinamarquesa.
EliminarA minha pergunta era, onde se encontra concretamente.
Desculpe eu ser tão maçadora.
Não sei exactamente onde.
EliminarNada a desculpar.
La palabra sangre, va ligada a la violencia y ninguna mujer debe de ser maltratada.
ResponderEliminarUn abrazo.
La sangre es dolor, es sufrimiento, tanto en mujeres como en hombres.
EliminarUn abrazo.
Por vezes as ausências daqueles que amamos convivem connosco no dia a dia e quase não damos por elas. Mas por qualquer razão, umas férias que se preparam, um aniversário, o Natal que se aproxima, essa saudade cresce e os fantasmas da ausência, tornam-se quase reais, fazendo o "lábio-coração" sangrar. Um poema muito dolorido. Gosto da foto com a sua loiça em esmalte.
ResponderEliminarAbraço e saúde
O seu comentário é muito real e objectivo. Há ausências que são presenças cíclicas.
EliminarSaúde, um abraço.
Um amor quando acaba mesmo na constatação de que já não o é (ai, o cansaço) deixa sempre esse vazio, esse vermelho sangue que é dor.
ResponderEliminarDeixa um vazio, uma desorganização.
Eliminarhá certas alturas do ano que a saudade doi
ResponderEliminarfaz tantos anos e ainda doi a partida inevitável do meu pai
no dia primeiro do ano...
não me sabe a sangue...mas uma dor imensa ....
:(