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Despi-me para recomeçar 


Despi-me de ambição 

despi-me de desejos 

despi-me de vícios 

despi-me de excessos

quis começar tudo outra vez

mas não consegui vestir-me

porque as roupas novas

não eram a minha medida


foi por isso que

tenho andado pelo mundo

completamente nu.



 

13 comentários:

  1. Bom dia Luís,
    Uma nudez de bons princípios.
    Muito belo e profundo poema.
    Um beijinho.
    Ailime

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  2. Bom dia.
    Muito obrigado.
    Um abraço.

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  3. Muito profundo e é isso que acontece quando nos despegamos de muita tralha vísivel e não visível! Gostei muito desta tua metáfora.
    Beijos e um bom dia

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    1. Assim sejamos capazes de nos despirmos do que está a mais.
      Um abraço.

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  4. Metáforas e poesia àparte, isso acontece a quem quer aparentar o que não é!
    Quem tenta despir a sua verdadeira essência para vestir nova roupagem que não lhe assenta bem nem lhe serve no tamanho e no corte.
    Bem feito a quem anda nu por não se aceitar como é... a hipocrisia não compensa. 👍😊

    Boas Festas!

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    1. O texto que publico pode ter uma interpretação que satisfaz o que deixou escrito.
      Bom Natal, muitas felicidades.

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  5. Talvez muitos se confundam ao verem-nos cobertos de roupas na vida real, mas... na verdade todos nós, poetas, passeamos nus pelos versos que escrevemos...

    Um forte abraço, L.

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    1. Ora aí está uma interpretação que me satisfaz.
      Um abraço.

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  6. Felizmente que não sou poeta.
    AQUI faz muitíssimo 🥶 para eu passear nua pelos versos que leio.

    Desculpem a brincadeira 🙃

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  7. A brincadeira aqui tem um lugar de direito... agrada ao autor.

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  8. Ao ler o poema lembrei-me de um meu que escrevi há muito tempo atrás.
    Aqui deixo como comentário.
    .
    A quietude das águas

    O poeta chegou em Março, com o frio e a neve ainda no sangue.
    Pediram-lhe que falasse da quietude das águas.
    Ele sorriu, porque sabia que do sossego
    nada sabia. Nele, só existiam inquietações e tormentas.
    O poeta olhou o céu e sentiu frio. Foi nessa altura que se olhou, já de pé, num banco de pedra.
    E falou do choro dos outros.
    Alguns repararam que o poeta estava completamente nu.

    ©Piedade Araújo Sol 2009-03-17

    Boa semana.
    :)
    .

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  9. Apreciei o poema que teve a amabilidade de me enviar. Agradeço e valorizo.
    Um abraço.

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  10. Réplica

    Vesti-me de vontade
    Vesti-me de persistência
    Vesti-me de convicção
    Vesti-me de sonho
    Tudo à minha medida
    pois se me impusessem a medida de outros
    antes nu para o resto da minha vida

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