Foto de Bartolomeu Rodrigues
O acto poético ___ o corpo
Inventamo-nos na obediência ao acto poético
e esquecemos a complexidade do corpo
e as suas carências
cantamos o amor e a morte dele
inventando um espaço de vácuo
onde sobreviver ao amor e à morte dele
e nesse acto esquecemos
o corpo e a sua respiração
sendo no entanto o corpo
o lugar do amor e da morte dele
inventamo-nos na obediência ao acto poético
escrevendo sobre a continuidade do que acabou
ou do que nem chegou a existir
o poeta precisa do calor de um outro corpo
sem o que morrerá
com a poesia entre os dentes
ausentando-se do seu próprio corpo gelado
em obediência ao acto poético.
E sem corpo não há poema...
ResponderEliminarMagnífico, gostei imenso.
Boa semana e Feliz Ano Novo.
Um abraço.
O corpo é o lugar onde habitamos.
EliminarBom Ano.
Um abraço.
such a lovely post, yes the body is our everything! thanks so much for sharing, hope you have an amazing new year!
ResponderEliminarxoxo, midori
https://www.midorilinea.com/blogs/midori-linea/my-new-creative-outlet-for-my-daughter-hannah
Good morning. I welcome your arrival, it is a pleasure to count on you as a reader of my writings. Happy New Year 2024.
EliminarA hug.
um corpo precisa sempre de outro corpo
ResponderEliminargostei do poema e da foto
bom ano e muita saúde.
Muito obrigado.
EliminarBom Ano.
Um abraço.
Compreendo e partilho.
ResponderEliminar~CC~
O autor fica contente com o seu comentário.
EliminarUm abraço.
Limitar o acto poético à existência de outro corpo
ResponderEliminarComo acto poético necessário, é pouco
Um poeta como tu não deveria esquecer o sonho
Aquele em que
"O MUNDO PULA E AVANÇA
COMO BOLA COLORIDA
ENTRE AS MÃOS
DE UMA CRIANÇA"
Abraço expectante
As crianças não vivem num mundo com bolas coloridas entre as mãos.
EliminarVivem num mundo povoado de corpos de crianças mortas.
Perdoem-me a intromissão 🧐
Teresa, se António Gedeão
Eliminarlesse esta tua intromissão
te responderia
que não sabes, nem sonhas
que o sonho comanda a vida
Para haver crianças tem de haver outro corpo.
EliminarMesmo longe da realidade, o nosso querido amigo Rogério ainda sabe, que sem outro corpo não há crianças.
EliminarAs crianças de Gaza estão-se nas tintas para a poesia de António Gedeão.
Elas lutam pela sua sobrevivência sem bolas coloridas entre as mãos.
A repetição de "a morte dele", corpo, coloca-nos no centro do problema.
ResponderEliminarÉ corrente falar-se do amor, romântico, quase esquecendo-nos que
espírito e matéria se unem e concorrem para a nossa sanidade total.
O acto poético terá de ser conivente com essa circunstância.
Apreciei o seu poema e a forma como aborda o assunto.
Um abraço
Olinda
Estou muito de acordo com o que disse. Por muito e elevado espirito que tenhamos, o corpo é fundamental.
EliminarUm abraço.
Esplêndido poema, L.
ResponderEliminarTão esplêndido que até para mim se torna difícil iludir a ideia de um pedido de socorro com carácter de urgência. Mas como podemos nós, poetas vadios que nos seus poemas vamos debicando diariamente, saber a cor o toque e o cheiro do corpo cuja ausência o condena? Esplêndido, mas inquietante para mim que só na mais completa solidão consigo florescer enquanto poeta...
Um abraço. Um abraço apertado.
O poeta pode existir sem o corpo do outro mas não sem o seu próprio corpo. Ainda assim, na ausência do outro, isso ficará espelhado no que escrever.
EliminarUm abraço também.
Poema fantástico!!
ResponderEliminar.
Quero, e vou recomeçar esta trilha
Beijos e abraços. Feliz 2024.
Muito obrigado.
EliminarBom Ano 2024.
Um abraço.
O Poema precisa do Poeta
ResponderEliminarE o Poeta precisa do corpo(o seu) e da Musa, sem o qual o poema não existia.
Muito belo este poema.
:)
Não vivemos para estar sozinhos.
EliminarUm abraço.