Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Vivo morto
Já estou morto e ainda ninguém sabe
telefonam-me e como me ouvem falar
não sabem que já morri
os meus continuam a pôr um lugar na mesa
esperam que eu chegue a casa
como falto julgam que durmo fora
eu ___ já morto consulto um mapa
para determinar onde a morte me levou
a geografia nunca foi o meu forte
e os cuidados com o corpo também não
descubro então vários lugares que são
apenas um numa exígua imensidade
e fico a saber que morrerei mais vezes
assim ___ numa sucessão de mortes
a que chamam vida
Para mim morreste!
disseram-me ___
___ e eu morri e vivi de novo.
Sabes? A mim a tua morte não me engana... tu, enquanto morto, tens mais vida que todos esses zumbis que andam por aí...
ResponderEliminarFaço os possíveis... parar é morrer.
EliminarAdorei este comentário do Rogério, é isso mesmo:)
Eliminar"Memorias de um Espírito". Ocorre-me.
ResponderEliminarE gosto desse tom fúnebre que diz mais
do que possamos imaginar.
Um abraço
Olinda
O título que sugere está muito adequado.
EliminarUm abraço.
Tu és um espírito escorregadio e ensaias muito bem a morte! Desejo que não venha tão cedo porque fazes muita falta neste mundo de cabos.
ResponderEliminarBeijos e um bom feriado
Não compreendi o significado da última palavra, ainda assim, o comentário é muito simpático.
EliminarObrigado.
Um abraço.
A TV é o mundo dos cabos, digo eu.
EliminarTalvez... ou isso é apenas um gracejo?
EliminarO desamor pode ser muito cruel, às vezes tem essa expressão da raiva, outras vezes é mais mansinho, mas não menos doloroso. Mas adoro a expressão popular " o que não me mata, torna-me mais forte", é corriqueira, mas dá muito alento. E de cada vez que escreve um poema vive e dá-nos vida, pode não ser o suficiente mas é alguma coisa.
ResponderEliminarTalvez se tenha tornado popular, mas vem de Nietzche, essa expressão, CCF.
EliminarPor cá usa-se mais "o que não mata engorda".
Abraço!
Concordo, a frieza do desamor mata tudo lentamente... aos poucos, mas nunca chega à morte final, apenas consome. A poesia é a tentativa de salvação a esbracejar na amargura.
ResponderEliminarUm abraço.
É o homem, não o autor, quem se sente mal amado ao ponto de se descrever morto em parte incerta...
ResponderEliminarO autor é muitíssimo bem amado pelos seus leitores.
Forte abraço, L.!
É um bem para o homem/autor ter comentários tão positivos dos seus leitores e, agora, este seu que vem mostrar que talvez ainda haja que tem estima por este desiludido com o amor a quem resta amar as palavras.
EliminarUm abraço.
Subscrevo a Maria João.
ResponderEliminarUm beijo
~~~~~~~
Agradeço reconhecido.
EliminarUm abraço.
Caro Poeta/Pintor/Fotógrafo e Amigo
ResponderEliminarMuita criatividade.
Surreal em estado puro.
Boa semana
:)
A imaginação fica à solta.
EliminarUm abraço.