Vídeo de pixabay



Ao som de Mahler 


Sinto com os meus dedos

todas as dobras do teu corpo 


ao som de Mahler 


consigo entender o fascínio 

do caminhar das mãos sobre os suspiros 


ao som de Mahler 


o encontro com o possível

mundo do impossível 


o êxtase repentino


como pássaros a morrerem às dezenas

em fuga para um lugar seguro


ao som de Mahler.






 

16 comentários:

  1. O coro
    ao contrário do bando
    tem o rumo certo

    o poema segue o bando
    e esvoaça
    entre o sonho e o pesadelo

    (na mesa de voto, sou suplente
    o que faz de mim um não-ausente)

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    1. Pois eu acho que, apesar das convicções, nos tempos de hoje não existe um rumo certo, todo o futuro, próximo, é quase imprevisível.

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  2. Bichos e homens, tantos em fuga à procura de um lugar seguro. Que não tenha que ser assim, em lugar nenhum. Que os sonhos impossíveis se façam mais possíveis. Um abraço.

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    1. As forças da paz debatem-se com as forças da guerra, rodeados pela grande multidão que não tem acesso ao esclarecimento.
      Um abraço.

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  3. Nadie está lejitimado a acabar con la vida de otro. Muchos años de historia y las distintas civilizaciones, no aprende nunca de sus errores. Ni los pájaros deben morir, de muerte violenta y tampoco las personas.
    Feliz domingo.

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    1. En esencia, estoy de acuerdo. Sin embargo, uno puede morir de éxtasis sensual.
      Un abrazo.

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  4. Que seja, então, ao som de Mahler conduzido por Bernstein - o maestro favorito do meu pai... - que a minha Musa veste a pesada cota de malha metálica e se prepara para a batalha, ainda que pare pelo caminho para tentar salvar alguns dos pássaros caídos.

    Estranha batalha esta, em que se esgrimem cruzinhas - mortais, algumas... - sobre uma folha de papel.

    O meu coração ainda pulsa, não encontro a minha cota de malha favorita, nenhum pássaro tombou até onde a minha vista alcança e o relógio grita que se vai fazendo tarde...

    Onde pus a cota de malha vermelha, caramba?

    É tarde, mas nunca será tarde demais: deixo um abraço dos fortes e saio pedindo a todos os ventos do mundo que façam com que o peso da minha cruzinha seja suficiente para evitar o massacre dos pássaros.

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    1. Estamos todos nesse desígnio de desenhar uma cruz no sitio certo.
      Um abraço.

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  5. Ao som de Mahler vi o fantástico vídeo e li o belíssimo poema.

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  6. Cidália Ferreira deixou um novo comentário na mensagem "":

    Uma partilha maravilhosa! Obrigada :)
    .
    Soltam-se os ventos...
    Beijos. Votos de uma excelente semana

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  7. © Piedade Araújo Sol (Pity) deixou um novo comentário na mensagem "":

    Que belo Poema!
    Amor e extase.
    Video excelente.
    Gostei!
    :)

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