Foto do autor do texto tomada do documentário VIDA SELVAGEM



Só falo a pedido


Tornei-me hábil a esconder o olhar

aprendi a calar as palavras

consegui respirar mais devagar

tive de dominar as mãos 

sujeitei-me a ouvir tudo


sento-me à porta da minha casa

com um cravo sobre os joelhos

vejo passar 

os cegos, os surdos e os mudos

e quando me pedem

desnudo-me completamente

e falo.



 

-

16 comentários:

  1. lis23 de junho de 2024 às 02:23

    É um exercício fácil diante dos surdos mudos e afins....
    Tenho momentos de me calar e outros que falo tudo.
    Sou boa ouvinte, Luis e tua escrita é tua fala e nem precisas esconder o olhar.
    Eu ouço daqui. Bom domingo, amigo

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    1. brancas nuvens negras23 de junho de 2024 às 10:08

      A poesia é a nossa fala em certos momentos.
      Bom domingo.
      Um abraço.

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  2. Ailime23 de junho de 2024 às 08:57

    Bom dia Luís,
    Um poema que faz pensar.
    Por vezes não é preciso falar, basta um sorriso, um cumprimento, um pequeno gesto, que fazem a diferença na vida de tanta gente.
    Beijinhos e bom domingo.
    Emília

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  3. Anónimo23 de junho de 2024 às 09:50

    É Verão! https://www.youtube.com/watch?v=aME0qvhZ37o

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  4. Anónimo23 de junho de 2024 às 10:03

    Para ser Feliz! Se inspirar! E ter a Gratidão pela Vida! https://www.youtube.com/watch?v=-rey3m8SWQI&list=RDcn6JscwRBl4&index=14

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  5. Fatyly23 de junho de 2024 às 10:08

    O silêncio e observação por vezes vale muito mais que mil palavras e ou justificações! Gostei e a foto é muito boa!
    Beijos e um bom domingo

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    1. brancas nuvens negras23 de junho de 2024 às 10:09

      Há momentos em que o silêncio fala.
      Um abraço.

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    2. Rogério V. Pereira23 de junho de 2024 às 12:24

      Pois eu falo
      e não paro
      digo coisas que
      os cegos gostariam de ver
      os surdos gostariam de ouvir
      e os mudos gostariam de dizer

      e tudo, tudo, tudo
      tem a ver com os cravos vermelhos
      que tu, sentado, pões sobre os joelhos

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    3. Teresa Palmira Hoffbauer23 de junho de 2024 às 13:48

      O activista contra o pensador.
      Ambos com a mesma ideologia política.
      Eu, cega, surda e muda, retiro-me silenciosamente.

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    4. brancas nuvens negras23 de junho de 2024 às 14:21

      Há momentos em que falar mais do que o que é necessário tem um efeito prejudicial. Para haver quem fale tem que haver quem pensa e teoriza.

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  6. " R y k @ r d o "23 de junho de 2024 às 18:27

    Poeticamente perfeito.
    Cumprimentos poéticos

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  7. brancas nuvens negras25 de junho de 2024 às 18:56

    Parapeito deixou um novo comentário na mensagem "":

    Lá diz a expressão" calado eras um poeta " :)
    Mas que o silêncio nunca seja amordaçado
    e que os olhos possam sempre ver o vermelho do cravo
    Abraço e brisas doces ***

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