Foto de Academia Ipuense
Azul é a solidão
Há um cântico
que desce as escadas do edifício onde moro
preenche esta minha lassidão este repouso
dos combates
da excitação das partidas
dos nascimentos sufocados
esse cântico mata a minha espera
pelo lilás das jitiranas
que me deixaram já órfão
há muito tempo
esse cântico
em algumas noites mata
a minha solidão azul
esse cântico
que desce as escadas para a minha casa
aprisiono-o com a memória das jitiranas
na última reserva dos encantos que conservo
e minguo na evidência de que tristeza
cada um tem a sua
e terá de vivê-la absolutamente só.
O silêncio da solidão azul é o cântico dos poetas.
ResponderEliminarO azul da solidão é uma ponte para minha paz interior.
Poema encantador.
A flor da fotografia tem a forma de um gramofone.
A folha verde preenche a lassidão do momento.
O azul é contemplativo.
EliminarNão necessariamente.
ResponderEliminarCada um com a sua tristeza que pode ser
mitigada ouvindo a do outro.
Belo poema. Quase me perdi ao lê-lo.
Um abraço.
Olinda
Reconheço que tem razão no seu comentário, ou seja, uma troca de tristezas.
EliminarUm abraço.
para mim a tristeza nunca é azul.
ResponderEliminaracho que não tem cor, mas todos temos esses momentos tristes, mas são nossos, não os podemos trocar pelos de outrem que podem ser até maiores dos que os nossos.
tristeza tem que ser combatida, embora eu reconheça que nem sempre é fácil, aliás nunca é.
devemos tentar as nossas defesas e tentar viver com alegria.
este poema deixou-me com um nó na garganta...
um abraço azul da cor do céu e do mar, aqui lhe deixo....
A tristeza só terá cor se quisermos.
EliminarUm abraço.