Talvez seja possível inventar um poeta

em oito partes penduradas umas nas outras



Parte 6


o poeta inventado com espírito de poeta

teme seriamente que os seus poemas

sejam inúteis por serem um monte de papéis 

que afinal ninguém quer e alguém mais corajoso 

talvez uma nora um genro ou uma ex-amante

lançará no lugar certo da reciclagem

resolvendo esse assunto para alívio de todos

é sempre uma decisão difícil matar assim

um poeta

ou melhor

matar a sua obra o que é ainda pior



continua






30 comentários:

  1. Brancas Nuvens!!!
    Quanta criatividade.
    Encantada deixo
    Bjins de bom fim
    de semana.
    CatiahoAlc.

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  2. Será o fim de tudo... ou o começo de tudo... Será o renascer da Fénix...ou a morte de Ícaro...mas é apenas a angústia dos dias...
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. Há dias em que a angústia é o material de trabalho.
      Um abraço.

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  3. Matar a Obra do poeta pesa como chumbo.
    Penso que ninguém quererá ficar com esse ónus.
    Lê-lo, segui-lo para ficar a saber o que espera
    de nós é o melhor caminho.
    Bom dia.
    Um abraço
    Olinda

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  4. Bom dia
    E vão seis e cada vez mais chego á conclusão que é muito difícil ser poeta , quanto mais ser inventado.

    JR

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    1. Há coisas mais difíceis, por exemplo fazer aqueles puzzles de 4000 peças.
      Um abraço.

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  5. Só comentarei no fim porque deteste o suspanse:)
    Beijos e um bom domingo

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  6. Todos os poetas temem a morte, não a deles, mas a dos poemas que escreveram.
    Sempre criativo, meu Amigo Luís.
    Tudo de bom.
    Um beijo.

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    1. Esse temor perde razão, fechamos e olhos e pronto, já não sabemos de nada... e isso que importa?
      Um abraço.

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  7. Teresa Palmira HOFFBAUER8 de setembro de 2024 às 14:41

    Reciclo as palavras

    Adianto-me no tempo disponível
    e escrevo um poema
    para aquela que há-de chegar

    Se não vier
    lanço as palavras
    no lugar estéril da reciclagem —
    — no contentor branco
    o das palavras nunca utilizadas

    Seis lápis à procura de autor ✍️

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    1. Muito bonito. Registo o seu talento, de que afinal já tinha dado conta.

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    2. Poema a propósito da publicação de hoje.
      „NO ESPAÇO DA MINHA BOCA“
      Página 79

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    3. A memória tem limites, caí no erro do autoelogio.
      Espero ser perdoado.

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  8. Por enquanto, L., vou temendo muito mais a morte da minha criatividade que já se está a fazer anunciar...

    Tenho por quase certa a morte a médio prazo dos meus poemas e vou tentando passar por entre os pingos da chuva, a ver se a senhora da gadanha se esquece de que já lhe escapei quatro vezes e me deixa em paz por mais algum tempo.

    Tenho tudo o que escrevo nos blogs e já me disseram que os blogs serão apagados quando eu me apagar. Sempre é mais digno do que imaginar a minha obra lançada no contentor azul, digo eu... mas o resultado é exactamente o mesmo.

    Um abraço!

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    1. Os blogs não desaparecem. Mesmo assim imprima os seus escritos e guarde-os numa pasta. Salve-os.
      Um abraço.

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    2. Como, L.? São milhares de sonetos e outros poemas... creio que se tentasse imprimir tudo o que poetei a minha pensão de velhice não chegaria para cobrir as despesas de impressão.
      Tenho é de começar a jogar nas raspadinhas a ver se consigo angariar fundos para publicar mais um livro... ;) Claro que estou a brincar: além de ter uma certa aversão a esse tipo de jogos, sou uma azarada de primeira água...

      Outro abraço

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  9. Venha de lá mais um livro! Com roda de amigos e brinde para eu poder ir. O que interessa da obra é o que fica no coração de alguém e não se conta em números. De resto, a maior parte das obras é esquecida do grande público, meia dúzia de poetas permanecem.

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    1. Será uma grande honra para mim se derem pela minha falta... um dia. Tudo o mais é o tempo a lavar o presente.
      Um abraço.

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  10. .Superior inspiração. O meu aplauso e elogio.

    Saudações poéticas. Domingo feliz.
    .

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  11. Caro Luís os seus poemas não são inúteis, antes pelo contrário. Parabéns pela excelência da escrita

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    1. Fico reconhecido pelo seu amável comentário. São os comentários dos meus leitores que me alimentam a vontade.

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  12. Vai sempre haver alguém a sentir a falta .
    E depois se tocar a alma de alguém e ser brisa doce, já valeu a pena, caro Luis.
    Deixo aqui do Arquivo de Pessoa
    "Tudo quanto buscamos, buscamo-lo por uma ambição, mas essa ambição, ou não se atinge e somos pobres, ou julgamos que atingimos e somos loucos ricos"
    Bora ser loucos :)
    Abraço***

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    1. Gostei. Vamos ser loucos... positivos, porque os negativos são os que estão doentes.
      Um abraço.

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  13. © Piedade Araújo Sol (Pity) deixou um novo comentário na mensagem "":

    Acho que em parte é isso que o Poeta pensa.
    Mas, enquanto houver poema
    o Poeta será sempre recordado por alguém.


    :)

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    1. Muitos se lembrarão, depois menos, depois ainda menos, depois... todos estarão mortos.
      Um abraço.

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