Escrevo nas margens da folha
que deixo em branco
onde desenho uma casa
para te acolher

Olho para o céu e digo
     em que lugar do céu te encontras
     que tenho precisado tanto de ti? 


 


19 comentários:

  1. O poema evoca uma profunda sensação de saudade e anseio por alguém especial. A imagem de escrever nas margens de uma folha em branco sugere um espaço de reflexão e criação, onde o eu lírico busca expressar sentimentos que muitas vezes são difíceis de colocar em palavras. A "casa" que o autor desenha simboliza um desejo de acolhimento e proteção, um lugar seguro para a pessoa amada. A referência ao céu e a pergunta sobre o lugar onde essa pessoa se encontra traz uma dimensão quase espiritual ao poema, sugerindo que a ausência é sentida de forma intensa e que a ligação com essa pessoa transcende o físico.

    A cereja em cima do poema é a belíssima aguarela.

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    1. Sempre aprecio as esclarecidas interpretações dos meus leitores/as. O seu comentário explica muito bem o que pode ter motivado o autor a escrever este texto.
      Muito Obrigado.

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  2. Nem sempre temos uma resposta, a resposta certa às nossas dúvidas...Por isso, a página continua em branco...
    Será um teste para que a pessoa vença os obstáculos e encontre essa resposta?
    Penso que sim...
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. Nem sempre o nosso desejo é aquilo que pensamos ser o melhor para nós.
      Um abraço.

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  3. Bom dia, caro Amigo Poeta/Pintor
    Poema com aquela delicada melancolia… própria do autor.
    Este poema, apesar de curto, tem uma profundidade emocional marcante. A construção dos versos sugere um diálogo entre ausência e presença simbólica.
    Análise da primeira estrofe
    "Escrevo nas margens da folha
    que deixo em branco"
    A ideia de escrever nas margens e, ao mesmo tempo, deixar o centro em branco é visualmente forte. Dá a sensação de um vazio preenchido apenas nos limites, como se a essência estivesse ausente. Há um jogo entre o preenchimento e a ausência que reforça a sensação de falta.
    "onde desenho uma casa
    para te acolher"
    Aqui, a metáfora da casa como um refúgio emocional para alguém que não está presente é muito poderosa. O ato de desenhar a casa também sugere a tentativa de reconstrução, talvez um refúgio simbólico para a memória da pessoa evocada.
    Na segunda estrofe
    "Olho para o céu e digo
    em que lugar do céu te encontras
    que tenho precisado tanto de ti?"
    O verso final confere ao poema uma atmosfera de saudade quase cósmica. O céu pode simbolizar tanto um lugar divino quanto uma imensidão inalcançável. O questionamento directo aproxima o leitor da dor , enquanto o uso do verbo "precisar" ao invés de "sentir falta" torna a ausência mais urgente e vital.
    Este poema equilibra muito bem simplicidade e profundidade. A estrutura minimalista intensifica a carga emocional, deixando espaço para que o leitor complete as lacunas com sua própria experiência de ausência.
    A imagem completa todo o sentir do trabalho poético.
    Gostei muito!
    Continuação de boa semana com saúde.
    Abraço
    :)
    https://olharemtonsdemaresia.blogspot.com/

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    1. Sempre bem elaborados, os seus comentários revelam a atenção que dedica aos meus escritos e o talento de observar todos os pontos que definem o pensamento do autor. Muito obrigado.
      Um abraço

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  4. Engenhoso :)
    Praticamente não há espaços em branco.
    Está tudo preenchido. Nem as margens
    escapam.
    Um abraço
    Olinda

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  5. Comentei e não ficou ou foi para o quentinho do teu email? :)))

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  6. Uma imagem poema
    um poema numa imagem
    muito belo...embora exista muita saudade ....

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  7. Que lindo, L
    vou levar pra mim.
    A casinha e o bilhete.
    Pode ser?

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  8. Delicado e melancólico, e tanta beleza na simplicidade das palavras, intensificando a emoção e a profundidade do sentimento. Estive ausente e vou levar tempo a pôr a leitura em dia.

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